Lula Marques/Agência Brasil

A licença parlamentar da deputada Carla Zambelli, do PL de São Paulo, termina nesta quinta-feira, 02 de outubro de 2025. O afastamento de 127 dias começou após sua viagem ao exterior e não pode ser prorrogado.

Como a deputada está presa na Itália desde junho, ela não deve reassumir o cargo. Com isso, ela começa a acumular faltas.

O regimento da Câmara dos Deputados prevê a perda automática do mandato se o parlamentar faltar, sem justificativa, a mais de um terço das sessões do ano. Essa regra também ameaça o mandato do deputado Eduardo Bolsonaro, do PL de São Paulo, que vive nos Estados Unidos desde março.

PUBLICIDADE

No entanto, Zambelli já responde a um processo de cassação na Comissão de Constituição e Justiça, a CCJ. Ela prestou depoimento diretamente do presídio em Roma.

De acordo com o Revista Oeste, a deputada disse que está aprendendo italiano, alegou dificuldade com o português e chamou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal do Brasil, de bandido.

Ela também afirmou que conseguirá a soltura em breve. Nesse sentido, ela aposta que a Justiça italiana identificará abusos do Judiciário brasileiro.

PUBLICIDADE

O presidente da CCJ, Paulo Azi, do União Brasil da Bahia, aguarda a retirada do sigilo do processo para pautar a cassação. Se houver maioria na comissão, o caso vai ao plenário. São necessários 257 votos para encerrar o mandato da parlamentar.

O Supremo Tribunal Federal do Brasil condenou Zambelli em duas ações. Em maio, a Corte aplicou pena de dez anos de prisão por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça, ao lado do hacker Walter Delgatti. A decisão a tornou inelegível por oito anos.

Em outra ação, os ministros a sentenciaram a cinco anos e três meses por porte ilegal de arma e constrangimento. O caso se refere ao episódio em que a deputada, armada, perseguiu um homem nas ruas de São Paulo, na véspera do segundo turno das eleições de 2022.

Apesar das condenações, o presidente da Câmara, Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba, optou por não cassar o mandato por ofício. Alegou que, diante da tensão entre os Poderes, a decisão deveria passar pela CCJ, e não pela Mesa Diretora nem pelo Conselho de Ética.

Icone Tag

Possui alguma informação importante para uma reportagem?

Seu conhecimento pode ser a peça-chave para uma matéria relevante. Envie sua contribuição agora mesmo e faça a diferença.

Enviar sugestão de pauta