Marcelo Camargo/Agência Brasil

Lula considera ligação para Trump, mas aliados exigem garantia de atendimento

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta dificuldades para abrir um canal de diálogo direto com a Casa Branca, após o anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, previstas para entrar em vigor em 1º de agosto de 2025. Segundo o G1, fontes do Palácio do Planalto afirmam que uma conversa telefônica entre Lula e o presidente americano Donald Trump só ocorrerá se houver certeza de que Trump atenderá diretamente.

A iniciativa para o diálogo partiu de senadores brasileiros, mas o clima no Planalto é de desconfiança. A percepção é que o governo dos EUA prefere negociar após a implementação das tarifas, fortalecendo sua posição. Tentativas de contato por meio de canais oficiais, como o Departamento de Comércio e o Tesouro americano, não avançaram, e o núcleo político de Trump permanece inacessível. Como reportado pela Revista Oeste, a resistência americana reflete a estratégia de pressionar o Brasil por maior abertura comercial e por questões políticas.

Em 9 de julho, Trump enviou uma carta a Lula comunicando as tarifas, justificadas por motivos comerciais e políticos. No dia 23, ele reforçou que países com relações insatisfatórias, incluindo o Brasil, seriam alvos da medida. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, confirmou no domingo, 27 de julho, que as tarifas serão aplicadas sem adiamento a partir de sexta-feira.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, chegou aos EUA no domingo para compromissos na ONU, em Nova York, relacionados à pauta palestina, mas pode viajar a Washington caso a Casa Branca sinalize abertura para diálogo. A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) estima que cerca de 10 mil empresas exportadoras brasileiras, responsáveis por 3,2 milhões de empregos, serão impactadas. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB-SP) destacou os prejuízos para multinacionais com operações no Brasil, como General Motors, Johnson & Johnson e Caterpillar. “Queremos união para resolver essa questão. Empresas brasileiras e americanas, como a General Motors, que celebrou seu centenário no Brasil, e a Johnson & Johnson, com 90 anos, serão afetadas”, afirmou Alckmin.

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