O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, participou em 16 de outubro de 2025 de um congresso do PCdoB, realizado em Brasília. Durante o evento, o petista condenou a atuação dos Estados Unidos na fronteira da Venezuela, afirmando que nenhum líder estrangeiro possui o direito de interferir no cenário político de outro país.
Ao lado da ministra da Ciência e Tecnologia do Brasil, Luciana Santos, Lula discursou no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. O congresso reuniu figuras do alto escalão do governo brasileiro, líderes partidários e representantes dos partidos comunistas da China e de Cuba.
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Lula rejeitou qualquer comparação entre o Brasil e a Venezuela, argumentando que a direita utiliza o chavismo como uma ameaça para atacar adversários políticos.
“O Brasil nunca vai ser a Venezuela, e a Venezuela nunca vai ser o Brasil”, declarou o petista. “Cada um será ele. O que nós defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino. E não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite do que vai ser a Venezuela ou vai ser Cuba. Cuba não é um país de exportação de terrorista.”
De acordo com o Revista Oeste, a declaração ocorreu em meio a uma crise diplomática. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou ter autorizado a CIA a realizar ações secretas dentro do território venezuelano, com o objetivo de remover o ditador Nicolás Maduro do poder.
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Como consequência, a Venezuela apresentou o caso ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, denunciando ataques a embarcações próximas à costa e solicitando uma declaração formal em defesa de sua soberania.
Washington defendeu as ações como parte de uma operação contra o narcotráfico. Em Caracas, Maduro afirmou que nunca um governo havia admitido publicamente ordens à CIA para “matar, derrubar e destruir nações”.
Durante o congresso, Lula também relembrou o período entre 2002 e 2010, que definiu como “o melhor momento político” da América do Sul. Ele citou líderes e ditadores de esquerda da época, como Hugo Chávez.
Entre os presentes no evento estavam ministros como Gleisi Hoffmann, Sidônio Palmeira, Alexandre Silveira, Wolney Queiroz e João Campos. Também participaram Edinho Silva, Renata Abreu e diversos parlamentares de partidos aliados. Luciana Santos, presidente do PCdoB, criticou o que chamou de “clima de guerra no Caribe” e acusou os EUA de agirem como donos do mundo.