Por Cancillería del Ecuador / Wikimedia Commons

Durante a reunião do Grupo de Haia, realizada em Bogotá, Colômbia, na terça-feira, 15 de julho de 2025, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, classificou o governo de Israel, liderado por Benjamin Netanyahu, como “genocida” e “a maior ameaça à humanidade”. Em um discurso contundente, o líder chavista criticou a ofensiva israelense contra o Hamas na Faixa de Gaza, elogiando o encontro, que busca discutir respostas legais e diplomáticas às ações de Israel.

Em uma carta dirigida “aos povos do mundo” e, em particular, aos presidentes Gustavo Petro (Colômbia) e Cyril Ramaphosa (África do Sul), Maduro destacou a relevância moral e política do evento, que classificou como uma reação essencial diante do “horror e da impunidade” no conflito palestino. Ele expressou solidariedade ao povo palestino, descrevendo o que considera um “genocídio em curso” e um “plano sistemático para destruir sua identidade e memória”. Para Maduro, os ataques a hospitais, escolas e residências em Gaza, apoiados por armas, recursos financeiros, tecnologia e proteção diplomática de potências ocidentais, representam um crime contra a humanidade que compromete a paz global e as normas internacionais.

O líder venezuelano acusou o governo de Netanyahu de adotar uma doutrina “racista” e de ser controlado por uma “elite sionista”, além de criticar a “passividade” de instituições como a Corte Internacional de Justiça (CIJ) e o Tribunal Penal Internacional (TPI), que, segundo ele, agem com lentidão ou complacência sob influência ocidental. Maduro também questionou a eficácia das Nações Unidas, alegando que as instituições criadas para proteger a humanidade estão falhando.

Representando a Venezuela no encontro, o chanceler Yván Gil defendeu a necessidade de uma resposta unificada para interromper as “atrocidades” de Israel contra os palestinos. O Grupo de Haia, formado em janeiro por países como Bolívia, Colômbia, Cuba, Honduras, Malásia, Namíbia, Senegal e África do Sul, busca responsabilizar Israel por ações em Gaza, incluindo o cumprimento de mandados de prisão do TPI contra Netanyahu e outros líderes por crimes de guerra.

A postura de Maduro, no entanto, é marcada por contradição: enquanto apoia o Grupo de Haia, seu governo rejeita a jurisdição da CIJ no litígio territorial com a Guiana sobre a região de Essequibo, questionando a legitimidade do tribunal para resolver a disputa.

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