A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, apelou na terça-feira para que a Flotilha Global Sumud, que segue rumo à Faixa de Gaza na tentativa de romper o bloqueio naval de Israel, interrompa imediatamente a missão.
Em uma declaração citada pela agência Reuters, Meloni alertou que insistir em um confronto com Israel poderia perturbar o atual equilíbrio frágil, o que prejudicaria a busca pela paz com base no plano proposto na segunda-feira pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
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“Muitos ficariam felizes em perturbar” o plano de Trump, afirmou Meloni, acrescentando: “Temo que a tentativa da flotilha de romper o bloqueio naval israelense possa fornecer um pretexto para isso. Também por esse motivo, acredito que a flotilha deva parar agora”.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, incentivou os participantes da flotilha a atenderem ao apelo de Meloni.
“Os EUA, Israel e líderes do Oriente Médio e de todo o mundo estão tentando encerrar a guerra. O foco deve ser na desescalada, não em orquestrar provocações, como a flotilha Hamas-Sumud”, declarou Sa’ar.
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“Não é tarde demais – reiteramos o apelo do governo de Israel, do governo da Itália e do Vaticano para transferir qualquer ajuda de forma pacífica pelo Porto de Chipre, pela Marina de Ashkelon ou por qualquer outro porto na região para Gaza”, completou ele.
De acordo com o Israel National News, a Flotilha Global Sumud retomou sua viagem no domingo, após reparos em águas gregas. Os organizadores anunciaram que embarcações gregas se juntaram à missão, elevando o total de barcos civis para 47.
A flotilha inclui ativistas de dezenas de países, entre eles cerca de 40 italianos e a ativista climática sueca Greta Thunberg. Os participantes declararam a intenção de entregar ajuda humanitária a Gaza.
No sábado, uma flotilha de dez embarcações partiu da Sicília, no sul da Itália, com o objetivo de se unir à Flotilha Global Sumud.
A jornada da Global Sumud foi complicada por pelo menos dois supostos ataques de drones enquanto os navios estavam ancorados na costa da Tunísia.
As autoridades tunisianas inicialmente negaram a presença de qualquer drone na área, mas depois mudaram de posição e afirmaram que as embarcações foram alvos de um “ataque premeditado”.
Na quarta-feira, a flotilha alegou ter sido atacada em águas internacionais perto de Creta por drones equipados com granadas de atordoamento e irritantes. O ataque causou danos, mas não resultou em feridos.
A Itália e a Espanha posicionaram navios navais próximos à flotilha para possível resgate e apoio humanitário.
Na semana passada, o Ministério das Relações Exteriores de Israel alertou os participantes da flotilha, a qual se referiu como “Flotilha Hamas”, de que Israel não permitirá violações ao bloqueio naval de Gaza.
“Essa flotilha, organizada pelo Hamas, destina-se a servir o Hamas. Israel não permitirá que embarcações entrem em uma zona de combate ativa e não permitirá a violação de um bloqueio naval legal”, esclareceu o comunicado.
“Se o desejo genuíno dos participantes da flotilha for entregar ajuda humanitária em vez de servir ao Hamas, Israel convida as embarcações a atracarem na Marina de Ashkelon e descarregarem a ajuda lá, de onde ela será transferida prontamente de forma coordenada para a Faixa de Gaza”, acrescentou.
“Israel insta os participantes a não violarem a lei e a aceitarem a proposta de Israel para uma transferência pacífica de qualquer ajuda que possam ter”, concluiu o comunicado.