O relatório Focus, publicado pelo Banco Central nesta segunda-feira, 9 de junho de 2025, com base em estimativas de mais de 100 instituições financeiras, revelou uma nova redução na projeção de inflação para 2025, passando de 5,46% para 5,44%. Apesar da leve melhora, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) continua acima do teto da meta de 4,5% estabelecida pelo Banco Central. As previsões para os anos seguintes permaneceram inalteradas: 4,5% em 2026, 4% em 2027 e 3,85% em 2028.
Desde janeiro de 2025, o Brasil adota a meta contínua de inflação, com um centro de 3% e uma banda de tolerância entre 1,5% e 4,5%. Se o IPCA ultrapassar esse intervalo por seis meses consecutivos, o Banco Central deve justificar-se publicamente ao Ministério da Fazenda. Isso já ocorreu no início do ano, quando o presidente do BC, Gabriel Galípolo, enviou um ofício ao ministro Fernando Haddad explicando o descumprimento da meta de 2024, atribuído à intensa atividade econômica, à desvalorização do real e a eventos climáticos extremos. Há risco de novo descumprimento em junho de 2025.
A inflação elevada impacta especialmente as famílias de baixa renda, reduzindo seu poder de compra, já que os salários não acompanham o aumento dos preços. No cenário econômico, o mercado ajustou para cima a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025, de 2,13% para 2,18%, e para 2026, de 1,80% para 1,81%.
As expectativas para a taxa Selic permaneceram estáveis: 14,75% ao fim de 2025, 12,50% em 2026 e 10,50% em 2027. Outros indicadores econômicos também apresentaram pouca variação. A cotação do dólar foi estimada em R$ 5,80 para o fim de 2025, com uma leve redução de R$ 5,90 para R$ 5,89 em 2026. O saldo da balança comercial foi revisado de US$ 75 bilhões para US$ 74,5 bilhões em 2025, e de US$ 78,5 bilhões para US$ 78 bilhões em 2026. A entrada de investimento estrangeiro direto foi mantida em US$ 70 bilhões para ambos os anos, segundo a Revista Oeste.