A ministra de Missões Nacionais de Israel, Orit Strock, afirmou que o país possui ferramentas eficazes para forçar o Hamas a devolver os corpos dos 13 reféns assassinados que ainda estão retidos, alertando que sem causar dor real ao grupo terrorista, não haverá liberação.
Ela explicou que, para recuperar esses reféns falecidos, Israel pode aplicar medidas de pressão muito mais intensas, capazes de afetar diretamente o Hamas. Strock destacou que, sem impor sofrimento genuíno, o grupo não cederá os corpos.
A ministra evitou detalhar ações específicas por enquanto, preferindo manter as opções em sigilo enquanto há possibilidade de convencer o primeiro-ministro de Israel e, por meio dele, os Estados Unidos. Ela mencionou que essa é a missão que o premiê assume nesse tema, e que é melhor preservar o segredo das medidas, mas caso não haja avanço, ela as tornará públicas para que a população saiba das ferramentas disponíveis que não estão sendo usadas.
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Strock criticou duramente a conduta do Hamas no assunto, qualificando-a como um ato vil e desprezível de protelação. Segundo ela, o grupo não age apenas para atormentar as famílias e o público israelense, mas para ganhar tempo e evitar sua obrigação básica, que é o elemento fundamental do plano do presidente dos EUA, Donald Trump: renunciar a todo controle militar e civil em Gaza, garantindo a desmilitarização da região e eliminando qualquer ameaça ao Estado de Israel.
Esses objetivos, conforme Strock, não são apenas metas da guerra de Israel, consagradas pelo sangue dos soldados, mas também pilares centrais do plano do presidente dos EUA. De acordo com o Israel National News, ela acrescentou que Trump apoia essas metas e construiu um consenso internacional que inclui nações árabes, o qual deve ser implementado.
A ministra afirmou que a zona de terror que ocupa quase metade de Gaza, o setor vermelho onde o Hamas está entrincheirado, precisa ser alterada. Ela observou que uma série de passos dolorosos contra o Hamas já foi apresentada pelo ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, ao primeiro-ministro.
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Sobre a proposta recente de reencarcerar terroristas libertados em trocas anteriores, agora transformada em lei, Strock disse que não há motivo para não executá-la, especialmente diante do abuso do Hamas contra as famílias de reféns e o público israelense.
No entanto, ela enfatizou que isso é apenas um sintoma, não a raiz do problema. Metade de Gaza está sob domínio terrorista que deve ser erradicado, afirmou, destacando que essa é a missão de Israel e o motivo da guerra. Por isso, votou contra a mudança do nome da guerra no último domingo, 26 de outubro de 2025. Enquanto não forem cumpridos os objetivos totais – eliminação completa do controle do Hamas em Gaza, desmilitarização plena da Faixa e remoção de toda ameaça –, não há direito moral de chamar essa guerra de libertação. Estamos em uma encruzilhada de elogio ou condenação para quem enviou os soldados, incluindo ela e o primeiro-ministro, disse Strock.
Ela recordou que o próprio primeiro-ministro de Israel se comprometeu a alcançar todos os objetivos da guerra antes do acordo mais recente, declarando em um fórum de famílias enlutadas que o Hamas deve desaparecer completamente.
Quanto ao acordo de reféns em si, Strock o considerou a decisão certa, apesar de difícil. Explicou que se entendeu ser impossível resgatar todos os reféns vivos ao mesmo tempo apenas pela força, exigindo assim um acordo. Ela acreditava que a pressão militar – razão pela qual pressionavam o Exército de Defesa de Israel a avançar em Gaza – traria os reféns de volta, e que era errado aceitar qualquer acordo parcial que não incluísse todos os vivos juntos. Esse feito é muito importante e não deveria ter sido perdido, mas após avaliar tudo, agiram corretamente. Não se pode comparar a situação com reféns vivos em Gaza àquela sem eles.
Strock reiterou sua oposição de princípio à liberação de terroristas, especialmente em grande escala e quando perigosos, argumentando que o risco não vem só dos indivíduos soltos, mas da mensagem transmitida: que não há preço por matar judeus, tornando o sequestro uma arma fácil contra Israel.
Questionada se Israel deveria ter guardado cartas na manga, como adiar a liberação de prisioneiros ou a retomada de ajuda humanitária, ela respondeu que há muitas outras respostas disponíveis, mas se recusou a detalhar.
Por fim, Strock enfatizou que o foco atual deve ser não só destruir o Hamas, mas restaurar a liberdade operacional plena do Exército de Defesa de Israel em Gaza. O exército precisa atuar lá como faz na Judeia e Samaria: se identificar uma ameaça em Jenin, Shechem, Ramallah ou Jericó, entra e age – o mesmo deve valer para a Faixa de Gaza. As mãos do exército não podem estar atadas.









