Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na terça-feira, 22 de abril de 2025, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou contra os pedidos de suspeição apresentados contra si mesmo, o ministro Flávio Dino e o presidente da 1ª Turma, Cristiano Zanin, no julgamento do segundo grupo de denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta tentativa de golpe de Estado. A decisão, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo em 27 de março de 2025, foi seguida pelos demais ministros da turma, mantendo os três no caso.

Relator do processo, Moraes afirmou que a imparcialidade dos magistrados já foi confirmada em julgamentos anteriores: “O plenário rejeitou qualquer impedimento ou suspeição, garantindo nossa imparcialidade para julgar todos os núcleos. Em 14 de abril, novamente, afastamos qualquer comprometimento meu, do ministro Dino e de Vossa Excelência, presidente Zanin.” Ele reforçou que as questões foram decididas por maioria, consolidando a legitimidade da 1ª Turma para continuar o caso.

Na primeira fase, o STF aceitou denúncias contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados por tentar permanecer no poder ilegalmente. Agora, a Corte avalia a responsabilidade de um segundo grupo, incluindo figuras como o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, o general da reserva Mario Fernandes, o ex-assessor Filipe Martins e outros três ligados à Justiça e segurança pública do governo Bolsonaro. O julgamento investiga supostas ações coordenadas para manter o ex-presidente no cargo.

A condução de Moraes tem atraído atenção internacional. Um editorial da revista britânica The Economist descreveu o ministro como um “xerife digital”, alertando para o risco de desequilíbrio institucional no Brasil devido a supostos excessos em nome da defesa da democracia. Apesar da Corte afirmar isenção, críticos apontam uma atuação política em detrimento da técnica, especialmente em casos envolvendo a gestão passada, levantando preocupações sobre a concentração de poder nas mãos de Moraes, segundo a Revista Oeste.

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