IDF Spokesperson / Israel National News / Reprodução

Mais uma vez, uma suposta frota de ajuda a Gaza se revelou mais focada em gerar manchetes do que em auxiliar pessoas. Apesar das declarações veementes sobre romper o cerco e entregar suprimentos, as autoridades de Israel não encontraram nenhum carregamento humanitário nos navios interceptados. Não havia uma única palete de comida, remédios ou equipamentos médicos – apenas algumas centenas de ativistas navegando sob a bandeira de superioridade moral.

Isso não foi uma missão de resgate. Foi uma encenação de relações públicas no mar.

Mesmo após Israel convidar a frota para atracar em Ashdod, onde qualquer ajuda genuína poderia ser inspecionada e transportada legalmente para Gaza, os organizadores recusaram. Eles até ignoraram um apelo pessoal do Papa para aceitar a oferta. Essa recusa revela tudo: se o objetivo fosse entregar suprimentos, eles teriam concordado. Mas o verdadeiro propósito era ser interceptado, capturar fotos dramáticas de navios da marinha de Israel se aproximando e proclamar vitimização nas redes sociais antes que os fatos viessem à tona.

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Para ativistas que vivem de indignação moral, o confronto importa mais do que o carregamento.

A frota deste ano também expôs as profundas divisões dentro do movimento de solidariedade global. Ativistas LGBTQ que estavam envolvidos foram afastados. Greta Thunberg, outrora ícone das manifestações de esquerda, foi usada por sua visibilidade e depois abandonada, literalmente. Isso mostra o limite da solidariedade.

Parece que a inclusão só vai até a sessão de fotos. Quando as câmeras param, as políticas internas assumem o controle, e aqueles considerados inconvenientes são removidos discretamente. Quando a liderança começa a expurgar vozes queer e marginalizar aliados, o que resta não é uma causa moral – é um teste de pureza ideológica disfarçado de compaixão.

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De acordo com o Israel National News, sempre que essas coalizões da sociedade civil surgem do nada, totalmente financiadas e preparadas para a mídia, surge a pergunta: quem paga por tudo isso? Alugar navios, tripulações, logística e coordenação internacional com a imprensa não é barato.

A história oferece pistas. Ao longo dos anos, investigações de Israel e monitores independentes rastrearam laços financeiros entre organizadores de frotas para Gaza e grupos de fachada simpáticos ao Hamas. O incidente de 2010 com o Mavi Marmara expôs como a Fundação de Ajuda Humanitária IHH, da Turquia, um dos principais patrocinadores da frota, tinha conexões com redes de arrecadação de fundos do Hamas. Desde então, o mesmo ecossistema de ONGs de solidariedade continuou a captar recursos sob pretextos humanitários, canalizando fundos por vias opacas que confundem ajuda com financiamento ao terror.

A frota atual segue esse padrão. A ausência de ajuda real a bordo sugere que o propósito da operação não era alívio – era lavagem de reputação. Ao se posarem como ativistas humanitários, os organizadores criam cobertura para esforços de propaganda mais amplos que beneficiam indiretamente o Hamas. Cada confronto encenado ajuda o Hamas a se apresentar como vítima e distrai da exploração que o regime faz do povo e dos recursos de Gaza.

E não se engane: o Hamas prospera com esse teatro. Toda vez que as câmeras do mundo focam em navios de ajuda sendo interceptados, o Hamas pode continuar atuando como o oprimido – enquanto taxa os gazenses, desvia carregamentos de alívio e reconstrói estoques de foguetes sob hospitais e escolas.

A verdadeira tragédia aqui não é que alguns caçadores de publicidade foram pegos mentindo sobre seu carregamento. É que eles desvalorizaram o trabalho humanitário genuíno. Cada vez que um grupo como esse faz uma encenação, torna mais difícil para organizações legítimas realizarem seu trabalho. O ceticismo aumenta, as doações caem, e as pessoas em Gaza – aquelas que realmente precisam de ajuda – acabam pagando o preço.

Há também a questão da honestidade. Solicitar doações para ajuda a Gaza quando não há ajuda a bordo soa como fraude, mesmo que vestida na linguagem de resistência. Alguém enfrentará consequências? Provavelmente não. A comunidade ativista internacional tem memória curta e atenção ainda mais curta quando um dos seus é pego cortando caminhos morais.

A Frota Global Sumud deve servir de alerta: quando a política substitui o princípio, quando a foto substitui o propósito e quando slogans substituem a sinceridade, o resultado é um navio vazio – uma metáfora perfeita para a falência moral daqueles que o dirigem.

Os ativistas podem alegar o que quiserem. Mas a verdade é simples: eles não vieram para ajudar Gaza. Vieram para usá-la – e, ao fazerem isso, ajudaram o Hamas mais do que ajudaram uma única criança faminta.

Stephen M. Flatow é presidente dos Sionistas Religiosos da América (RZA). Ele é pai de Alisa Flatow, assassinada em um ataque terrorista palestino patrocinado pelo Irã em 1995, e autor de A História de um Pai: Minha Luta por Justiça Contra o Terror Iraniano. Nota: A RZA não é afiliada a nenhum partido político americano ou israelense.

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