A aprovação do novo plano de carreira dos servidores do Tribunal de Contas da União (TCU) pelo Congresso Nacional pode gerar um aumento de R$ 1,6 bilhão nas despesas entre 2026 e 2029, conforme documentos internos do tribunal. O projeto de lei 2829/2025, já enviado à Câmara dos Deputados, prevê um impacto médio mensal de R$ 33,9 milhões nesse período, decorrente de reajustes salariais, benefícios adicionais para cargos de chefia e ampliação de cargos comissionados nos gabinetes dos ministros.
O impacto financeiro será mais significativo a partir de 2026, afetando o próximo governo. Para 2025, o TCU estima gastar R$ 2,3 bilhões com pessoal, conforme a Lei Complementar 200/2023, valor que pode ser ajustado com base em aposentadorias, contratações e exonerações. As projeções para os anos seguintes indicam R$ 2,49 bilhões em 2026, R$ 2,62 bilhões em 2027, R$ 2,74 bilhões em 2028 e R$ 2,86 bilhões em 2029, considerando o IPCA e aumentos reais baseados no orçamento do ano anterior.
O TCU afirmou que arcará com os custos adicionais por meio de realocação de recursos internos, sem solicitar verbas extras do governo federal. Em nota, o tribunal destacou investimentos em inteligência artificial para reduzir custos operacionais e otimizar o trabalho. O plano de carreira inclui uma gratificação de desempenho que pode dobrar os salários dos servidores e cria a Indenização por Regime Especial de Dedicação Gerencial (IREDG), com até 25% da remuneração bruta, isenta de Imposto de Renda e contribuição previdenciária.
O tribunal assegura que a proposta tem respaldo legal e viabilidade orçamentária, desde que as premissas das simulações sejam mantidas. O projeto, autorizado em 4 de junho, aguarda análise na Câmara dos Deputados, sob a condução do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB).