Pablo Valadares / Câmara dos Deputados

O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Luciano Zucco (PL-RS), expressou forte crítica ao programa de auxílio às empresas lançado pelo governo Lula para enfrentar os efeitos do aumento tarifário imposto pelos Estados Unidos. A Medida Provisória foi assinada durante um evento no Palácio do Planalto na quarta-feira, 13 de agosto de 2025.

Luciano Zucco descreveu a medida como “meramente paliativa, eleitoreira e incapaz de resolver o problema real”. Ele sugeriu que o presidente Lula deveria “telefonar para o presidente dos Estados Unidos e buscar uma negociação direta e franca” sobre o aumento tarifário.

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De acordo com informações de Revista Oeste, Zucco afirmou que o melhor auxílio que o governo poderia oferecer às empresas brasileiras seria “parar de atacar os Estados Unidos, inclusive em fóruns internacionais como o BRICS, e cessar o alinhamento automático a ditaduras, priorizando uma política externa que favoreça os interesses do Brasil”.

O deputado argumentou que nenhuma medida de capital de giro, suspensão de impostos ou linha de crédito pode substituir o comércio sólido e sistemático que o Brasil mantinha com os Estados Unidos antes de as relações serem prejudicadas pela “irresponsabilidade diplomática e pelo viés ideológico do atual governo”.

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Zucco também criticou o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, por usar o anúncio do programa para fazer palanque político e pintar o Brasil como um país “plenamente democrático, sem censura e sem perseguição”.

Para o líder da oposição, “a realidade é bem diferente: o Brasil é visto no exterior com desconfiança, envergonhado por sua política externa ideologizada, pelas perseguições políticas internas e por um Judiciário parcial que promove abusos e censura contra opositores”.

Ele destacou que “essa encenação não resolve o problema das empresas, não devolve mercados perdidos e não reverte a crise comercial que o próprio governo ajudou a criar”. Zucco enfatizou que o que o país precisa é de “responsabilidade, seriedade e diplomacia profissional — e não de maquiagem eleitoreira disfarçada de programa de auxílio”.

A Medida Provisória com as ações foi assinada pelo presidente Lula durante o evento. Segundo o governo, o pacote, denominado “Plano Brasil Soberano”, foi elaborado após reuniões internas e com representantes do setor produtivo.

O plano prevê apoio às empresas mais afetadas pela taxação, incluindo crédito de R$ 30 bilhões, compras governamentais de produtos não exportados e exigência de conteúdo nacional em mercadorias fabricadas no país.

De acordo com o Ministério da Fazenda do Brasil, cerca de 45% das empresas que vendem para os Estados Unidos devem ser beneficiadas. Setores como celulose, aviação e suco de laranja ficaram isentos do aumento tarifário. Já áreas como carne e café receberam uma taxa adicional de 40% sobre a alíquota de 10% já existente, totalizando 50%, em vigor desde 6 de agosto de 2025.

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