Em 2023, a emissora pública da Áustria, ORF, demitiu um de seus editores após ele publicar um comentário antissemita no Facebook. A decisão foi anunciada na sexta-feira e reportada pela agência de notícias dpa. O editor concordou com a rescisão de seu contrato e a ORF se desculpou publicamente pelo incidente.
O conflito começou com uma postagem no Facebook, posteriormente deletada, na qual o editor escreveu: “Se eu tenho sido uma vítima por 2.000 anos, então eu deveria lentamente começar a pensar sobre o porquê disso acontecer.” O Diretor Geral da ORF, Roland Weißmann, classificou a declaração como “completamente inaceitável.”
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Posteriormente, o editor expressou profundo arrependimento, afirmando: “Eu profundamente lamento ter escrito uma frase que eu não teria deixado passar sem contestação de ninguém.” Ele também mencionou que a postagem vai contra tudo o que ele defendeu em sua vida privada e profissional.
De acordo com informações de Israel National News, representantes da comunidade judaica reagiram com indignação, exigindo consequências imediatas para o comentário. A Comunidade Judaica para os estados austríacos de Salzburgo, Estíria e Caríntia declarou que o comentário “ultrapassou uma linha vermelha.”
A Áustria, assim como muitos outros países, tem enfrentado um aumento no antissemitismo desde 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou brutalmente o sul de Israel. Recentemente, na semana passada, um motorista de Uber que foi buscar uma família judaica em Viena começou a proferir insultos antissemitas, forçou a família a sair do carro e até mesmo agrediu fisicamente o pai. O motorista iniciou sua diatribe antissemita após descobrir que alguns membros da família eram de Israel, chamando-os de “assassinos” e “matadores de bebês.”
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Dados divulgados em 2024 mostraram que, antes de 7 de outubro de 2023, a Áustria registrava uma média de um a dois casos de antissemitismo por dia. Desde então, essa média subiu para oito a nove incidentes diários.