O partido do líder político populista holandês Geert Wilders deixou abruptamente a coalizão governamental do país na terça-feira devido a uma disputa sobre imigração. Essa decisão derrubou o governo após menos de um ano no poder e provavelmente desencadeará eleições antecipadas.
Wilders, que lidera o Partido pela Liberdade (PVV) e é conhecido por suas posições rígidas sobre imigração, exigia a implementação de 10 medidas mais duras para o asilo, incluindo a suspensão dos pedidos e limites à reunificação familiar. Essas propostas não foram aceitas pelos outros três parceiros da coalizão.
Em um movimento surpreendente, Wilders anunciou que seu partido estava se retirando porque os outros três partidos no poder não estavam dispostos a apoiar suas ideias para interromper a migração de asilo.
De acordo com informações de Fox News, Wilders declarou em uma postagem no X: “Sem assinatura em nossos planos de asilo… O PVV deixa a coalizão.
Wilders, conhecido como o “Donald Trump holandês”, informou ao primeiro-ministro Dick Schoof que todos os ministros de seu partido PVV deixariam o governo. Schoof ainda não havia reagido à renúncia até a data desta publicação.
Algumas das propostas que Wilders estava pressionando já faziam parte da política governamental, como o reforço dos controles de fronteira. No entanto, ele também exigiu a revogação da cidadania de pessoas com passaporte duplo, uma proposta que, segundo críticos, minava direitos fundamentais, conforme relatado pelo jornal holandês de Volkskrant.
Wilders também ficou frustrado com a falta de progresso de sua própria ministra de asilo, Marjolein Faber, responsável por atrasar a revogação da lei de dispersão – uma legislação destinada a distribuir os requerentes de asilo de maneira mais uniforme entre os municípios. A Câmara ainda aguarda a consideração de suas primeiras leis de asilo, segundo o mesmo jornal. Wilders via a lei de dispersão como um símbolo de fracasso na política de asilo.