Joédson Alves/Agência Brasil

Um levantamento da Genial/Quaest, divulgado nesta quarta-feira, 16 de julho de 2025, aponta que 55% dos brasileiros consideram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) provocou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao criticá-lo durante a Cúpula do Brics, contribuindo para a escalada de tensões entre os dois países. Apesar disso, 72% dos entrevistados reprovam a decisão de Trump de impor tarifas comerciais ao Brasil em retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto 53% apoiam as medidas de reciprocidade anunciadas por Lula em resposta aos EUA.

A carta de Trump, na qual ele critica o processo contra Bolsonaro e defende seu arquivamento, foi conhecida por 66% dos entrevistados. A pesquisa revela um dado curioso: mesmo entre eleitores de direita que não são apoiadores diretos de Bolsonaro, 52% consideram a ação de Trump equivocada. Entre bolsonaristas, a opinião se divide, com 48% contra e 42% a favor das tarifas. A rejeição é ainda maior entre lulistas e petistas (87%) e eleitores de esquerda (94%), com apenas 19% do total vendo legitimidade nas sanções americanas.

Embora 55% percebam provocação de Lula, as razões para as tarifas de Trump variam: 26% atribuem a decisão às críticas de Lula, 22% às ações do STF contra Bolsonaro, 17% à influência do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos EUA e 10% às medidas da Corte contra big techs. No entanto, 57% dos brasileiros rejeitam o direito de Trump de interferir no julgamento de Bolsonaro, enquanto 36% acreditam que ele tem essa prerrogativa.

A pesquisa também mostra que 79% dos entrevistados temem impactos negativos diretos das tarifas em suas vidas, e 63% discordam da afirmação de Trump de que o comércio com o Brasil é injusto, contra 25% que concordam. Mesmo entre eleitores de Bolsonaro, 48% rejeitam essa visão, contra 41% que a apoiam. Entre eleitores de direita em geral, a divisão é próxima, com 48% contra e 43% a favor.

O estudo entrevistou 2.004 pessoas em 120 municípios entre 10 e 14 de julho, com margem de erro de 2 pontos percentuais no geral e de 5 a 6 pontos em subgrupos.

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