Em editorial publicado na sexta-feira, 16 de maio de 2025, o jornal O Estado de S. Paulo destaca que Magda Chambriard, presidente da Petrobras, parece adotar uma postura mais cautelosa, distanciando-se da empolgação exibida em eventos anteriores. Contudo, o texto alerta que a gestão austera da estatal enfrenta o risco de interferência do governo Lula, conhecido por usar a Petrobras para promover agendas populistas com projetos de retorno duvidoso.
Chambriard anunciou a revisão de parte dos US$ 111 bilhões previstos para investimentos nos próximos cinco anos, citando a queda do preço do petróleo e a valorização do dólar como fatores que exigem ajustes. A declaração, feita em reunião com analistas financeiros, contrasta com o entusiasmo de semanas atrás, quando, em uma conferência nos EUA, ela usou o bordão “let’s drill, baby!” para promover a exploração na Margem Equatorial, uma área ambientalmente sensível. A frase, associada a Donald Trump, causou desconforto, segundo o editorial.
O plano de investimentos atual, que supera US$ 100 bilhões, remete aos governos petistas de Dilma Rousseff, quando valores semelhantes (US$ 130 bilhões entre 2015 e 2019 e US$ 220 bilhões de 2014 a 2018) levaram a um endividamento recorde de R$ 500 bilhões em 2015, com apenas R$ 100 bilhões em caixa. Projetos de baixa viabilidade, impulsionados por interferências políticas, foram os principais responsáveis.
Para evitar repetir erros passados, a diretoria da Petrobras avalia cancelar ou postergar iniciativas caras, como a produção de fertilizantes e o retorno ao refino e à petroquímica, de acordo com a Revista Oeste. Embora Chambriard não tenha mencionado diretamente o governo, ela evitou esclarecer se sua nova abordagem alinhada às práticas de outras petroleiras globais terá o apoio de Lula. O Estadão questiona se a presidente da estatal tem autonomia para implementar seus planos, dado o histórico de influência governamental sobre a Petrobras.