A Polícia Federal (PF) apreendeu um BMW X1, avaliado em R$ 350 mil, registrado em nome de Thallys Mendes dos Santos de Jesus, esposa do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Jhonatan de Jesus, durante a Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril de 2025. O veículo foi encontrado na residência do filho de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, um lobista investigado por fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), conforme revelou o portal Metrópoles.
A operação, que cumpriu mais de 200 mandados em Brasília, investiga descontos irregulares em aposentadorias. O TCU, onde Jhonatan de Jesus atua desde 2023, tem a função de fiscalizar o INSS e combater tais práticas. Documentos indicam que, em maio de 2025, o BMW foi transferido para a Brasília Consultoria Empresarial, empresa da qual o lobista é sócio, apontada pela PF como veículo para lavagem de dinheiro e pagamento de propinas a dirigentes do INSS.
A investigação revelou que seis entidades transferiram R$ 31 milhões para o lobista, que, entre 2023 e 2024, destinou R$ 9,3 milhões a pessoas ligadas a ex-dirigentes do INSS, como familiares de André Fidelis (ex-diretor de Benefícios) e Alexandre Guimarães (ex-diretor de Integridade). A PF também identificou um Porsche de R$ 500 mil repassado pelo lobista à esposa do ex-procurador-geral do INSS, Virgílio de Oliveira Filho, afastado na operação. Na terça-feira, 20 de maio, cinco outros carros de luxo — dois BMWs, dois Porsches e um Land Rover — foram localizados em uma garagem do lobista em Brasília.
Jhonatan de Jesus negou irregularidades, afirmando desconhecer o lobista. Ele explicou ao Metrópoles que o sogro comprou o BMW em 2024 como presente para a filha, Thallys, e que a venda ao lobista, por R$ 350 mil (valor de tabela), ocorreu em 2025 por intermédio de um advogado amigo, Flávio, sem contato direto com Careca do INSS. Segundo o ministro, o carro foi pago e entregue antes da operação, com atraso na transferência documental por questões burocráticas. Ele afirmou que o sogro, dono de uma grande revenda de veículos em Roraima, tem renda comprovada e que a transação foi regular, destacando não ter sido procurado pela PF. O lobista, por sua vez, nega envolvimento nas fraudes, alegando atuar no comércio de automóveis, conforme a Revista Oeste.