A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de condenação contra sete indivíduos do chamado “núcleo 4” de um suposto plano golpista. A solicitação foi feita na última quarta-feira, 3 de setembro de 2025. Segundo a PGR, esses indivíduos são responsáveis por espalhar desinformação sobre o sistema eleitoral brasileiro, o que teria contribuído para os ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023.
De acordo com informações de Revista Oeste, os acusados atuaram de maneira coordenada dentro do núcleo de desinformação, utilizando até a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para disseminar notícias falsas sobre as urnas eletrônicas. A PGR alega que essa conduta tinha como objetivo enfraquecer as instituições democráticas diante da sociedade brasileira.
O processo, conhecido como ação penal 2694, inclui acusações baseadas em documentos e planos apreendidos dos próprios envolvidos, além de provas de depredação de bens públicos e diálogos comprovados. A PGR ressalta que os atos foram praticados publicamente pelos acusados.
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Entre os réus do núcleo 4 está Ailton Barros, ex-militar próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) do Brasil, que se autodenominava “01 de Bolsonaro”. Ele é acusado de pressionar Mauro Cid para influenciar Bolsonaro a realizar um golpe. Outro réu, Ângelo Martins Denicoli, que trabalhou como diretor no Ministério da Saúde do Brasil, é acusado de espalhar informações falsas sobre o processo eleitoral.
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, fundador do Instituto Voto Legal, elaborou em 2022 um relatório encomendado pelo PL que apontava supostas falhas nas urnas eletrônicas. O partido utilizou esse documento para questionar a validade de parte dos votos, conforme relatado pela PGR.
Giancarlo Gomes Rodrigues, militar cedido à Abin durante a gestão de Alexandre Ramagem, é apontado como responsável pelo uso de ferramentas da agência para disseminar desinformação. Guilherme Marques de Almeida, ex-comandante de um batalhão em Goiânia, supostamente sugeriu em um áudio “sair das quatro linhas da Constituição” para viabilizar um golpe, criticando a postura dos comandantes das Forças Armadas do Brasil.
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Marcelo Araújo Bormevet, policial federal e ex-chefe do Centro de Inteligência Nacional da Abin, teria ordenado ataques verbais a um assessor do ministro do STF Luís Roberto Barroso, segundo investigações da Polícia Federal do Brasil. Reginaldo Vieira de Abreu, coronel e ex-chefe de gabinete na Secretaria-Geral da Presidência do Brasil, trocou mensagens criticando Bolsonaro e sugeriu que o então presidente deveria se manifestar antes do Natal de 2022, afirmando: “Ele que tenha coragem moral, pelo menos até quinta-feira, falar que não quer mais, né? Pessoal, pelo menos passar o Natal em casa”.
Todos os sete acusados enfrentam uma série de acusações relacionadas à tentativa de golpe contra o Estado democrático de direito do Brasil.