Em 2014, um vídeo viral intitulado “10 horas de caminhada em Nova York como mulher” foi publicado pela organização anti-assédio Hollaback! e pela agência de publicidade Rob Bliss Creative. O vídeo mostrava Shoshana Roberts, uma jovem mulher branca, caminhando por Manhattan vestindo jeans e uma blusa de gola redonda. Uma câmera escondida capturava os homens que a assediavam verbalmente. O objetivo era destacar o assédio que as mulheres enfrentam diariamente.
De acordo com o Daily Wire, Shoshana foi assediada mais de 100 vezes em apenas 10 horas. O vídeo foi amplamente compartilhado e inicialmente recebido com horror pelo público, que se sensibilizou com a situação das mulheres em Nova York. No entanto, a reação rapidamente mudou quando se percebeu que quase todos os assediadores eram negros ou hispânicos, com um único homem branco dizendo algo inofensivo.
A controvérsia racial levou a críticas intensas de publicações de esquerda como NPR e Slate, que acusaram o vídeo de ser racista por não mostrar assediadores brancos. Roxane Gay, uma autora influente, criticou a falta de diversidade racial nas áreas percorridas por Shoshana. Em resposta, Hollaback! emitiu um pedido de desculpas confuso, reconhecendo o viés racial na edição do vídeo e prometendo mostrar uma imagem mais completa no futuro.
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A agência de publicidade Rob Bliss Creative tentou justificar a ausência de assediadores brancos no vídeo, afirmando que os comentários dos homens brancos foram feitos de passagem ou fora da câmera. No entanto, essa explicação foi considerada insatisfatória, pois todo o vídeo foi gravado em situações semelhantes.
O vídeo revelou uma realidade desconfortável: o assédio verbal não é distribuído igualmente entre os grupos étnicos. Mesmo que o experimento fosse realizado em uma área predominantemente branca, é improvável que o resultado fosse diferente, já que o assédio em áreas brancas é significativamente menor.
Após a polêmica, a esquerda praticamente abandonou o tema do assédio verbal, mas recentemente, a polícia de Surrey, no Reino Unido, retomou o assunto. A polícia enviou policiais à paisana, vestidas com roupas de corrida, para as ruas na tentativa de provocar assédio verbal. Quando os assediadores eram identificados, carros de apoio chegavam rapidamente para prendê-los.
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Segundo o Daily Wire, a operação da polícia de Surrey resultou em 18 prisões por delitos como assédio, agressão sexual e furto. A intenção era proteger mulheres e meninas em espaços públicos, mas a operação levantou questões sobre a legalidade e a moralidade de prender pessoas por assédio verbal, que não é considerado um crime no Reino Unido.
A falta de transparência sobre as identidades dos infratores e a definição exata do que constitui assédio é preocupante. A operação, que durou um mês, foi concluída, mas não há informações detalhadas sobre os resultados ou a eficácia da abordagem.
Enquanto a polícia do Reino Unido foca em assédio verbal, o país enfrenta problemas maiores com migrantes causando terror. A abordagem da polícia levanta questões sobre prioridades e a utilização de recursos públicos.