O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, fez declarações públicas que equivalem a uma quase abdicação de responsabilidades, ao informar abertamente os iranianos que não consegue resolver as crescentes crises no país.
Em uma série de discursos francos citados em um relatório, Pezeshkian indicou repetidamente que esgotou opções e autoridade. Ao falar com estudantes e acadêmicos no início de dezembro de 2024, ele rejeitou expectativas de liderança de forma direta. “Se alguém puder fazer algo, vá em frente”, disse ele. “Eu não posso fazer nada; não me amaldiçoem.”
Em reuniões com altos funcionários, Pezeshkian reconheceu que o governo está “preso, realmente muito preso”, acrescentando que “desde o primeiro dia que chegamos, catástrofes estão caindo, e não parou”. Essas declarações, feitas publicamente e gravadas em vídeo, foram amplamente vistas como uma admissão de rendição perante as crises sobrepostas no Irã.
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Em vez de propor soluções, Pezeshkian transferiu a responsabilidade para outros, argumentando que a situação do Irã resulta de anos de má gestão, corrupção e disputas políticas internas. “O problema somos nós”, afirmou ele em várias ocasiões, rejeitando explicitamente a ideia de que as falhas do país poderiam ser atribuídas principalmente aos Estados Unidos ou a Israel, conforme o relatório.
Sua sensação de resignação ficou evidente neste mês de dezembro de 2024, quando ele orientou governadores provinciais a agirem como se o governo central “não existisse” e resolvessem seus problemas por conta própria. “Por que eu deveria resolvê-los?”, questionou. “Vocês não devem pensar que o presidente pode fazer milagres acontecerem.”
De acordo com o Israel National News, imagens dessas declarações se espalharam rapidamente pela mídia iraniana e redes sociais, reforçando a percepção pública de que o presidente efetivamente se afastou da governança. Críticos de todo o espectro político o acusaram de projetar fraqueza em um momento de grave tensão nacional.
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Pezeshkian, que assumiu o cargo em setembro de 2024 após a morte do presidente Ebrahim Raisi, enfatizou repetidamente os limites de seu poder, destacando que a autoridade final pertence ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. Segundo o relatório, ele demonstrou pouca hesitação em reconhecer publicamente sua subordinação em questões políticas chave.
Apesar de suas avaliações sombrias e declarações que sugerem paralisia institucional, Pezeshkian insistiu que permanecerá no cargo. “Eu vou ficar até o fim”, disse ele, mesmo enquanto continua a alertar que a situação do Irã é grave e em grande parte além de seu controle, concluiu o relatório.









