REUTERS/Khalil Ashawi / Israel National News / Reprodução

O presidente da Síria, Ahmed al-Sharaa, chegou a Nova York na segunda-feira, 22 de setembro de 2025, para participar da Assembleia Geral da ONU, demonstrando otimismo cauteloso sobre um possível acordo de segurança com Israel, ao mesmo tempo em que rejeita firmemente qualquer normalização de relações.

Sharaa, que comandou as forças rebeldes responsáveis pela derrubada de Bashar Al-Assad em dezembro do ano passado, tem agendada uma reunião com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e fará o primeiro discurso da Síria na Assembleia Geral em décadas.

Em declaração no summit Concordia, citada pela France24, Sharaa afirmou: “Espero que isso nos leve a um acordo que preserve a soberania da Síria e também resolva algumas das preocupações de segurança de Israel”.

No entanto, Sharaa descartou a possibilidade de a Síria aderir aos Acordos de Abraham, que normalizaram laços entre Israel e países como Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos.

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“A Síria é diferente daqueles que fazem parte dos Acordos de Abraham, pois não são vizinhos de Israel. A Síria sofreu mais de 1.000 ataques, incursões e invasões israelenses das Colinas de Golã para dentro do território sírio”, declarou ele.

Sharaa ainda acusou Israel de violar acordos de paz com o Egito e a Jordânia e questionou as intenções israelenses na Síria. “Há também uma enorme raiva pelo que está acontecendo em Gaza, não só na Síria, mas no mundo inteiro, e isso, é claro, afeta nossa posição em relação a Israel”, acrescentou.

Seus comentários foram feitos um dia após o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmar que a recente campanha militar israelense contra o Hezbollah abriu uma “nova janela de possibilidade” para a paz com a Síria e o Líbano.

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Netanyahu também mencionou que Israel está em discussões com a Síria, mas enfatizou que “ainda há um longo caminho a percorrer” nos esforços para alcançar um acordo de paz.

Na semana passada, Sharaa disse a repórteres em Damasco que as negociações em curso com Israel sobre um pacto de segurança poderiam levar a resultados “nos próximos dias”.

Sharaa afirmou que, se o pacto de segurança for bem-sucedido, ele poderia levar a “acordos adicionais”, mas esclareceu que uma normalização ou acordo de paz com Israel não estão na mesa no momento.

De acordo com o Israel National News, um relatório recente indicou que a administração Trump, dos EUA, está trabalhando ativamente para intermediar um entendimento preliminar de segurança entre Israel e a Síria antes da reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas neste mês.

No entanto, o enviado dos EUA para a Síria, Tom Barrack, esclareceu posteriormente que Israel e a Síria não estão próximos de assinar um acordo de segurança, acrescentando que “ainda há mais trabalho a ser feito”.

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