iStock / Israel National News / Reprodução

Em uma importante vitória diplomática para os Estados Unidos e Israel, o Irã foi forçado a retirar uma resolução que visava condenar ataques recentes contra suas instalações nucleares.

De acordo com o Israel National News, a resolução, copatrocinada por aliados como a Rússia e a China, foi retirada no último momento de uma votação antes da reunião anual da agência nuclear da ONU, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

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Diplomatas ocidentais, falando anonimamente para revelar discussões internas, confirmaram que a retirada ocorreu após intensa pressão dos EUA, que teriam ameaçado reduzir o financiamento à AIEA se a resolução fosse aprovada e se a agência avançasse para restringir os direitos de Israel na organização. Os EUA já tomaram medidas semelhantes no passado; em 1981, a ajuda a Israel no programa de assistência técnica da AIEA foi suspensa após um ataque israelense a um reator nuclear no Iraque.

Falando na Conferência Geral da AIEA, o embaixador do Irã na ONU, Reza Najafi, anunciou que, guiado pelo espírito de boa vontade e engajamento construtivo, e a pedido de vários Estados membros, Teerã adiaria a ação sobre o rascunho até o próximo ano.

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A resolução continha um parágrafo que condenava fortemente os ataques deliberados e ilegais realizados em junho de 2025 contra locais e instalações nucleares da República Islâmica do Irã, acrescentando que isso constituía uma clara violação do direito internacional. Ela também reafirmava que todos os Estados devem se abster de atacar ou ameaçar atacar instalações nucleares pacíficas em outros países.

A resolução veio após ataques lançados por Israel e pelos EUA contra locais nucleares e militares iranianos em junho.

No início da semana, Mohammad Eslami, chefe da organização de energia atômica civil do Irã, disse à conferência que esperava que os Estados membros tomassem medidas apropriadas em resposta a esses ataques ilegais contra instalações nucleares. Ele também acusou os EUA de fazerem ameaças recentes, além de exercerem pressão política sobre países e usarem a agência de forma instrumental.

Howard Solomon, o encarregado de negócios dos EUA, rejeitou o rascunho como uma imagem profundamente imprecisa dos eventos recentes, afirmando que ele distorcia o direito internacional e citava seletivamente o estatuto da AIEA. Ele acrescentou que, se a resolução tivesse sido votada, teria sido derrotada de forma esmagadora.

A retirada da resolução coincide com um grande esforço dos aliados dos EUA para reimpor sanções da ONU ao Irã por causa de seu programa nuclear. O chamado E3 – Grã-Bretanha, França e Alemanha – iniciou um processo de 30 dias no final de agosto para acionar o mecanismo de snapback, que restauraria as sanções da ONU contra o regime iraniano.

O E3 ofereceu adiar o snapback por até seis meses para permitir negociações sérias. Essa oferta era condicionada ao Irã restaurar o acesso para inspetores nucleares da ONU e se envolver em conversas com os EUA.

O Irã não mostrou indícios de disposição para retomar as negociações com Washington e afirmou que ainda está refinando sua cooperação com a AIEA. O chefe de segurança do Irã, Ali Larijani, disse recentemente que Teerã estava aberto a conversas com os EUA, mas não aceitaria restrições em seu programa de mísseis.

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