Pablo Valadares / Câmara dos Deputados/Wikimedia Commons

O Partido dos Trabalhadores (PT) lançou uma cartilha de 30 páginas intitulada “Desmentido Nikolas Ferreira – INSS” para contra-atacar um vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que criticou a suposta inação do governo Luiz Inácio Lula da Silva diante das fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo o jornal O Globo, o documento, distribuído aos deputados petistas, refuta as declarações de Ferreira ponto a ponto, oferecendo argumentos para debates públicos e postagens nas redes sociais.

A estratégia, alinhada com o Palácio do Planalto, prioriza respostas dos parlamentares da base governista, evitando manifestações institucionais da Secretaria de Comunicação Social (Secom). A cartilha contesta a tentativa de Ferreira de responsabilizar o governo Lula, alegando que “a maioria dos envolvidos no escândalo era de servidores nomeados na gestão Bolsonaro”, citando quatro nomes ligados ao governo anterior. Também destaca a falta de investigações da Polícia Federal (PF) sobre o caso durante o mandato de Jair Bolsonaro e aponta “personagens-chave” das fraudes com conexões ao ex-presidente.

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reforçou o posicionamento nas redes sociais, afirmando que as fraudes começaram no governo Bolsonaro e criticando as “mentiras oportunistas” da oposição. Uma operação conjunta da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU) desmantelou um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, resultando no afastamento judicial e na demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, por Lula. A ação, que mobilizou centenas de agentes, revelou cobranças ilegais ligadas a associações de aposentados, com prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, de acordo com a Revista Oeste.

Segundo a CGU, esses descontos, praticados desde os anos 1990, variavam entre R$ 400 milhões e R$ 550 milhões anuais até 2021. Em 2022, alcançaram R$ 706 milhões, subiram para R$ 1,3 bilhão em 2023 e atingiram R$ 2,6 bilhões em 2024. Os beneficiários eram cobrados como se fossem associados a entidades, sem terem dado autorização.

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