Reuters / Israel National News / Reprodução

Após o chocante ataque terrorista em Sydney, na Austrália, o rabino-chefe da África do Sul, Dr. Warren Goldstein, emitiu um alerta aos governos mundiais: o Ocidente enfrenta uma ofensiva de um movimento jihadista global que se recusa a identificar.

“O ataque terrorista com mortes em massa em Sydney, na Austrália, não foi apenas um incidente antissemita que saiu do controle. Foi uma operação militar profissional, possível apenas em um ambiente criado pelo governo da Austrália, que tem sido propício ao desenvolvimento de uma infraestrutura islâmica radical”, afirmou o rabino-chefe.

Ele acusou as autoridades australianas de criarem condições para o terror ao tolerarem, e até validarem, discursos de ódio e ideologia jihadista no debate público.

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“Isso é o que acontece quando se permite que pessoas gritem ‘Gás aos judeus’ na Ponte de Sydney. Quando se tolera o slogan genocida ‘Do rio ao mar’, que é um chamado para a exterminação dos judeus israelenses”, destacou.

O rabino enquadrou o ataque como a manifestação de uma ideologia mais ampla, que vem ganhando terreno nas capitais ocidentais.

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“É o que ‘Globalizar a Intifada’ parece na prática – uma jihad contra os judeus. É o que ocorreu em Manchester. Em Amsterdã. E pode acontecer em qualquer lugar, a qualquer comunidade judaica no mundo”, explicou.

De acordo com o Israel National News, o rabino Goldstein adverte que a ameaça vai além dos judeus – o movimento jihadista global vê Israel como o primeiro campo de batalha em uma guerra ideológica mais ampla, que visa todos os não muçulmanos e busca desmantelar as sociedades democráticas ocidentais.

“Os judeus são apenas o primeiro alvo. Os jihadistas miram em todos os infiéis. Seu slogan diz tudo: ‘Primeiro o povo do sábado, depois o povo do domingo’”, pontuou.

Ele afirmou que esse slogan – invocado por pregadores islâmicos e grupos terroristas em todo o mundo – reflete uma visão teológica profundamente enraizada, na qual tanto judeus quanto cristãos são vistos como obstáculos para o estabelecimento de um califado global governado pela lei da Sharia.

Os sinais de alerta, segundo ele, já são visíveis. Em toda a África, milícias islâmicas, de Boko Haram na Nigéria a Al-Shabaab na Somália e ramificações do ISIS no Sahel, estão massacrando cristãos impunemente. Na Europa, bairros inteiros em cidades como Paris, Berlim e Malmö se tornaram zonas de “não entrada” de fato, onde o fundamentalismo é imposto e as autoridades locais agem com cautela.

Enquadrando o conflito israelense-palestino como uma cortina de fumaça, o rabino Goldstein deixou claro que a recusa do Ocidente em reconhecer esses padrões – e sua tendência a tratar cada ataque terrorista como um evento isolado – é intelectualmente desonesta e existencialmente perigosa.

“Como as intifadas originais lançadas contra os judeus de Israel, a versão global não tem nada a ver com um Estado palestino. Nunca teve. A guerra do Irã a Gaza, ao Líbano e ao Iêmen não é sobre um Estado palestino. É sobre jihad – a disseminação violenta de um movimento islâmico global cujo propósito é a destruição do Estado judeu primeiro – e depois o Ocidente e o resto do mundo”, analisou.

O rabino Goldstein criticou líderes ocidentais por encorajarem o movimento jihadista.

“Quando líderes como o primeiro-ministro da Austrália e seus equivalentes na Europa respondem à guerra em Gaza reconhecendo um Estado palestino, eles se colocam em perigo e cometem um erro letal – letal para a sobrevivência do mundo livre”, alertou.

Ele diz que o ataque em Sydney foi um teste – um que o governo australiano falhou ao se recusar a nomear a ameaça.

“Até que o primeiro-ministro Albanese chame o ataque em Bondi pelo que é – uma jihad contra os judeus – seus compatriotas e o mundo livre não estarão seguros”, afirmou.

“Vocês estão avisados”

O rabino-chefe também dirigiu palavras duras ao seu próprio governo, alertando que a mesma infraestrutura de ódio e terror está se enraizando na África do Sul, auxiliada pelos laços abertos do governo com o Hamas e o Irã.

Recordando ataques coordenados contra centros comunitários judaicos na Cidade do Cabo e em Melbourne em dezembro de 2023, o rabino Goldstein destacou descobertas de que o Irã esteve por trás de pelo menos um desses incidentes, e apontou indicações iniciais sugerindo o envolvimento de Teerã no massacre de Bondi. Dirigindo-se diretamente ao governo do ANC, ele disse: “O Irã está ativo na África do Sul. Vocês têm laços próximos com eles. Grupos jihadistas estão ativos em todo o continente. Vocês foram avisados. Se qualquer ataque terrorista, Deus nos livre, acontecer na África do Sul, nós os responsabilizaremos. Porque proteger seus cidadãos é seu dever primeiro e mais sagrado”.

Uma luta pela alma do Ocidente

O rabino-chefe também criticou o que chamou de “elite acadêmica, política e midiática da esquerda woke”, acusando-os de se tornarem “idiotas úteis dos islâmicos”.

“Aqueles que gritam ‘Globalizar a Intifada’ no Ocidente se alinharam aos inimigos da civilização e estão unidos por um inimigo comum: os valores fundacionais da democracia liberal ocidental”, observou.

Ele traçou esses valores – liberdade, dignidade humana, santidade da vida – até suas origens na Bíblia Hebraica, e alertou que abandonar os judeus seria equivalente a abandonar a própria alma do Ocidente.

“Um lugar que é inseguro para judeus é inseguro para todas as pessoas decentes, e inseguro para os valores civilizados”, enfatizou.

O rabino Goldstein encerrou em uma nota de desafio. Com o ataque de Bondi ocorrendo na primeira noite de Chanucá, ele invocou a história dos Macabeus e sua resistência à tirania.

“Cada vela que acendemos é uma declaração: não seremos intimidados. Não nos renderemos. E manteremos nossos valores divinos brilhando forte diante da escuridão”.

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