Russia's Deputy head of the Security Council Dmitry Medvedev blamed NATO for Moscow ending a nuclear missile treaty. / Fox News / Reprodução

Em meio a crescentes tensões com a administração Trump, a Rússia decidiu encerrar uma moratória de longa data sobre o despliegue de mísseis. O ex-presidente russo Dmitry Medvedev atribuiu a decisão à política anti-Russa da OTAN.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia anunciou no início desta semana que não estaria mais vinculado ao Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF). Os EUA haviam se retirado do tratado em 2019, mas autoridades russas haviam dito que evitariam o despliegue de mísseis nucleares de curto e médio alcance, desde que os EUA fizessem o mesmo.

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De acordo com informações de Fox News, Medvedev declarou no domingo, em sua conta no X, que “a declaração do Ministério das Relações Exteriores da Rússia sobre a retirada da moratória no despliegue de mísseis de médio e curto alcance é resultado da política anti-Russa dos países da OTAN”. Ele acrescentou: “Esta é uma nova realidade com a qual todos os nossos oponentes terão que lidar. Esperem mais passos”.

Medvedev também alertou que o novo prazo estabelecido por Trump para encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia é um “passo em direção à guerra”. O vice-chefe do Conselho de Segurança da Rússia culpou a OTAN pelo fim do tratado de mísseis nucleares.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, havia sugerido inicialmente o abandono da moratória em dezembro, citando supostas “ações desestabilizadoras” dos EUA e da OTAN. “Desde que a situação está evoluindo para o despliegue real de mísseis terrestres de médio e curto alcance fabricados pelos EUA na Europa e na região da Ásia-Pacífico, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia observa que as condições para manter uma moratória unilateral sobre o despliegue de armas similares desapareceram”, declarou o ministério em um comunicado na época.

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O tratado INF, assinado em 1987 pelo presidente dos EUA Ronald Reagan e pelo líder soviético Mikhail Gorbachev, eliminou uma classe inteira de armas – mísseis lançados do solo com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros.

Os comentários mais recentes de Medvedev ocorrem em meio a um contínuo vai-e-vem com o presidente dos EUA, Donald Trump. O ex-presidente russo provocou Trump em uma série de postagens no X, afirmando que os EUA estavam se movendo em direção à “guerra” com Moscou. Em resposta, Trump anunciou que os EUA estavam redirecionando dois submarinos nucleares para “regiões apropriadas” mais próximas de Moscou.

O Kremlin divulgou um comunicado minimizando os comentários de Medvedev logo em seguida. O regime do presidente russo Vladimir Putin diz que aborda questões nucleares com “grande cautela”. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou: “Abordamos qualquer declaração relacionada a questões nucleares com grande cautela. Como sabem, a Rússia mantém uma posição responsável. A posição do presidente Putin é bem conhecida”. Ele acrescentou: “A Rússia leva muito a sério a questão da não-proliferação nuclear. E, claro, acreditamos que todos devem ser extremamente cuidadosos quando se trata de retórica nuclear”.

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