(Mikhail Klimentyev/Sputnik/AFP via Getty Images) / Fox News / Reprodução

Na semana passada, o principal oficial nuclear da Rússia declarou que o país enfrenta “ameaças colossais” e precisa atualizar suas capacidades nucleares. Alexei Likhachev, Diretor Geral da Corporação de Energia Atômica do Estado Rosatom, não especificou de onde vem a principal ameaça nuclear, mas afirmou que “a situação geopolítica atual é um momento de ameaças colossais à existência de nosso país”.

Ele acrescentou que “o escudo nuclear, que também é uma espada, é uma garantia de nossa soberania”. De acordo com informações de Fox News, Likhachev enfatizou que “entendemos hoje que o escudo nuclear deve ser apenas melhorado nos próximos anos”.

As declarações de Likhachev vieram menos de uma semana após o encontro cara a cara entre o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, que marcou a primeira vez que um líder americano se encontrou com o chefe do Kremlin desde a invasão russa à Ucrânia em 2022. Apesar de Trump e Putin terem aparecido positivos após as conversas, pouco parece ter sido concretamente alcançado na reunião, e a esperança em torno de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia pareceu diminuir ao longo da semana.

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Não está claro por que Likhachev fez comentários sobre o programa nuclear da Rússia neste momento, e ele não detalhou que tipo de atualizações ele estaria buscando para o programa de “escudo” de Moscou.

Trump fez comentários semelhantes no início deste ano, quando, em maio, anunciou seus planos de desenvolver o sistema de defesa de mísseis “Golden Dome” — inspirado no sistema de defesa “Iron Dome” de Israel — e que deve custar pelo menos US$ 175 bilhões.

Embora especialistas em segurança estejam alertando sobre o desenvolvimento nuclear crescente da China, juntos, Rússia e EUA continuam a possuir 90% do arsenal nuclear mundial. Dados da Federação de Cientistas Americanos indicam que existem 12.331 armas nucleares em 2025.

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Moscou continua a possuir quase 4.400 ogivas nucleares, das quais mais de 1.500 são “estrategicamente implantadas”, enquanto os EUA possuem mais de 3.700 ogivas em seus estoques, com 1.400 implantadas, de acordo com a Associação de Controle de Armas.

Embora o desarmamento nuclear tenha sido o objetivo internacional vigente após o fim da Guerra Fria, a trajetória dessa política permanece duvidosa, pois as relações entre Washington e Moscou voltaram a ser precárias em meio à guerra de Putin na Ucrânia e seu crescente relacionamento com o Presidente da China, Xi Jinping.

O Tratado New Start permanece sendo o único acordo bilateral de controle de armas nucleares entre os EUA e a Rússia, e embora tenha sido estendido em 2021, está previsto para expirar em fevereiro de 2026. O futuro do tratado — assinado pela primeira vez em 2010 — também permanece incerto, já que Moscou suspendeu sua participação no acordo em 2023.

Putin afirmou que essa suspensão significava que ele continuaria a respeitar os limites de estoque sob o tratado, mas não permitiria a continuação das inspeções dos EUA.

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