Suspeitas de ligação com fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão ampliando as investigações sobre o senador Weverton Rocha (PDT-MA), figura conhecida por seu apoio à base do governo e sua influência no Congresso Nacional.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga irregularidades em benefícios sociais tem citado o parlamentar devido a conexões com indivíduos possivelmente envolvidos no esquema.
Nos trabalhos da comissão, destacou-se o papel de Gustavo Marques Gaspar, ex-assessor de Rocha, visto como elo entre o senador e o grupo acusado de operar as fraudes.
De acordo com o Revista Oeste, Gaspar concedeu uma procuração ao consultor Rubens Oliveira Costa, conhecido como “homem da mala”, o que gerou dúvidas sobre a proximidade do círculo político de Rocha com operadores financeiros sob investigação.
PUBLICIDADE
A assessoria do senador negou qualquer irregularidade e afirmou que ele não tem relação profissional com Gaspar. Em depoimento à CPMI na segunda-feira, 22 de setembro de 2025, Rubens Oliveira Costa confirmou encontros com Gaspar, mas evitou detalhes sobre possíveis pagamentos indevidos ou repasses ilícitos relacionados ao parlamentar.
O próprio senador admitiu ter recebido, em seu gabinete e em sua residência, o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, apelidado de “Careca do INSS”. Ele esclareceu que as reuniões trataram de temas do setor de cannabis, área de atuação de Antunes. Essa revelação aumentou a pressão por explicações formais na comissão.
PUBLICIDADE
Com o progresso das investigações, parlamentares protocolaram requerimentos para que Weverton Rocha seja convocado à CPMI. Entre eles, o deputado Kim Kataguiri (União-SP) defendeu a medida, argumentando que há indícios de “blindagem política” no grupo ligado às fraudes. Até agora, não há indiciamento formal contra o senador.
“As apurações conduzidas por esta Comissão Parlamentar Mista de Inquérito acerca das fraudes bilionárias em descontos associativos em benefícios do INSS vêm revelando não apenas a atuação de entidades de fachada e sindicatos fraudulentos, mas também a existência de possíveis vínculos políticos que garantiram sobrevida e blindagem ao esquema criminoso”, declarou Kataguiri.
Em nota, Weverton Rocha afirmou que a nomeação de Gustavo Gaspar ocorreu por motivos estritamente políticos. Ele acrescentou que, desde 2023, não mantém contato com o ex-assessor.
“Sua nomeação teve caráter estritamente político e, conforme noticiado à época de sua exoneração, não passou disso”, informou a defesa do parlamentar. “Desde 2023, o senador não mantém qualquer relação profissional com Gustavo Gaspar. A tentativa de vincular o nome do senador a fatos investigados é infundada e irresponsável e serão tomadas as medidas cabíveis para resguardar a honra, a imagem e a reputação do parlamentar.”