Nesta terça-feira, 20 de maio de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu início ao julgamento de 12 indivíduos — 11 militares e um agente da Polícia Federal — acusados de integrar o chamado “núcleo 3” de uma suposta tentativa de golpe de Estado. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), esse grupo era responsável pelo planejamento tático das ações. A TV Justiça transmite ao vivo as sessões, que ocorrem sob a presidência do ministro Cristiano Zanin na 1ª Turma.
O julgamento está agendado para três sessões: terça-feira, 20, às 9h30 e 14h, e quarta-feira, 21, às 9h30. Após a leitura da denúncia, os advogados apresentarão as defesas, e os cinco ministros da Turma decidirão sobre o recebimento da denúncia. Os acusados incluem oficiais da ativa e da reserva do Exército, como coronéis, generais e tenentes-coronéis, além de um policial federal: Bernardo Romão Correa Netto, Cleverson Ney Magalhães, Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, Fabrício Moreira de Bastos, Hélio Ferreira Lima, Márcio Nunes de Resende Júnior, Nilton Diniz Rodrigues, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo, Ronald Ferreira de Araújo Júnior, Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros e Wladimir Matos Soares.
A PGR aponta que o coronel Bernardo Romão Correa Netto organizou reuniões entre militares para discutir ações pós-derrota eleitoral de Jair Bolsonaro. O tenente-coronel da reserva Cleverson Ney Magalhães teria coordenado encontros do grupo “kids pretos” para os preparativos. O general Estevam Theóphilo, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres, é acusado de incentivar outros núcleos investigados. O coronel Fabrício Moreira de Bastos teria redigido uma carta aberta para angariar apoio militar e recrutado membros do “kids pretos”.
O tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, ex-comandante de Forças Especiais em Manaus, foi destituído em 2024 e permaneceu em silêncio na PF. Márcio Nunes de Resende Júnior participava de grupos de WhatsApp para planejamento, enquanto o general Nilton Diniz Rodrigues, assistente do ex-comandante do Exército, teria articulado uma reunião em Brasília para pressionar chefes militares. Rafael Martins de Oliveira é acusado de elaborar um plano em novembro de 2022 e monitorar o ministro Alexandre de Moraes.
Rodrigo Bezerra de Azevedo usava “telefones frios” para dificultar rastreamento, e Ronald Ferreira de Araújo Júnior assinou um manifesto para mobilizar oficiais. Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros coletava assinaturas para o documento, enquanto o agente da PF Wladimir Matos Soares compartilhava informações sobre a segurança de Lula.
De acordo com a Revista Oeste, o STF já aceitou denúncias de outros núcleos do inquérito. Em 26 de março, o “núcleo crucial”, incluindo Jair Bolsonaro, os generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, o deputado Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Almir Garnier e Mauro Cid, tornou-se réu. Em 22 de abril, o “núcleo de gerência”, com seis ex-membros do governo, como Fernando de Sousa Oliveira, Filipe Martins e Silvinei Vasques, também foi aceito por unanimidade.