Antonio Gonçalves/Governo do To

O Superior Tribunal de Justiça determinou o afastamento temporário do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, do partido Republicanos, por um período de seis meses.

Ele enfrenta acusações de liderar um esquema de corrupção que envolve milhões de reais e que teria iniciado em 2020, na época em que ocupava o cargo de vice-governador.

Segundo o ministro Mauro Campbell, o governador transformou o estado em um verdadeiro balcão de negócios.

A Polícia Federal investiga fraudes em contratos relacionados à distribuição de cestas básicas, com desvios estimados em R$ 73 milhões dos cofres públicos.

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Naquele período, Barbosa respondia pela distribuição de cestas básicas na Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, conhecida como Setas.

Empresários conectados ao grupo teriam montado empresas de fachada ou registradas em nome de laranjas para fingir a prestação de serviços.

Áudios divulgados pela imprensa mostram o empresário Paulo César Lustosa, identificado como operador do esquema, discutindo a administração de recursos e a divisão de sobras de dinheiro.

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As irregularidades incluíam o reuso da mesma cesta básica para ludibriar fiscais.

De acordo com a Polícia Federal, servidores da Setas chegavam a pegar cestas emprestadas de mercados locais para simular entregas.

As apurações também revelam que o grupo exigia propina para agilizar pagamentos do governo a empresários.

Entre os nomes envolvidos estão Wilton Rosa Pires e Maria do Socorro Guimarães, conhecida como Bispa Socorro.

O nome de Lustosa surgia nos bastidores, embora ele solicitasse não ser mencionado em conversas.

A Polícia Federal ainda examina suspeitas de lavagem de dinheiro através da construção da Pousada Pedra Canga, na Serra de Taquaruçu, registrada em nome dos filhos de Barbosa.

Uma perícia indicou gastos de R$ 6 milhões, valor superior ao declarado.

Em buscas realizadas em setembro, agentes apreenderam R$ 52 mil na residência do governador e R$ 700 mil na casa de outro investigado.

De acordo com o Revista Oeste, a defesa do governador afirmou que ele nunca tomou parte em atos ilícitos e que, como vice-governador, não possuía autoridade para ordenar despesas.

A defesa acrescentou que confia no processo judicial para eliminar insinuações infundadas.

O partido Republicanos, ao qual Barbosa é filiado, expressou confiança no direito à ampla defesa e destacou que o governador terá chance de demonstrar sua inocência.

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