Sudão do Sul teria concordado em receber civis de Gaza como parte de um plano de reassentamento negociado secretamente com Israel, os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos, segundo fontes diplomáticas citadas pelo The Telegraph.
De acordo com o Israel National News, um funcionário do Ministério das Relações Exteriores do Sudão do Sul informou ao jornal britânico que o gabinete aprovou o acordo. O plano inclui investimentos israelenses em infraestrutura e alívio de sanções pelos EUA, além de apoio financeiro dos Emirados Árabes.
“O território sul-sudanês é suficiente para acolher mais pessoas de diferentes nações”, declarou o funcionário, destacando o potencial econômico do acordo. No entanto, ele acrescentou: “Esse tipo de acordo não é fácil para os sul-sudaneses entenderem no momento”.
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Apesar da negação das autoridades sul-sudanesas na quarta-feira, que descreveram os relatos de um acordo como “infundados”, surgiu dissidência interna, conforme relatado pelo The Telegraph.
Um parlamentar confirmou que a questão foi discutida e rejeitada pela maioria no legislativo. “Eu mesmo rejeito isso porque o Sudão do Sul é um país muito jovem. Não conseguimos nos alimentar, como podemos acolher mais pessoas para viver conosco?”, questionou o deputado.
Relatos também indicam que uma equipe israelense pode em breve avaliar a viabilidade de estabelecer instalações temporárias para os indivíduos realocados no Sudão do Sul. Embora vários países, incluindo Egito e Jordânia, tenham rejeitado propostas semelhantes, Israel teria explorado opções com diversas nações na África e na Ásia.
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O plano continua sendo controverso, pois críticos questionam se tal reassentamento poderia ser verdadeiramente voluntário em meio à atual crise humanitária em Gaza. No entanto, o governo de Israel mantém que a realocação não seria coercitiva, alinhando-se com propostas inicialmente levantadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que no início deste ano sugeriu transformar Gaza em um centro regional de turismo e desenvolvimento.