Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reúne-se nesta segunda-feira, 29 de setembro de 2025, com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília.

O encontro ocorre na residência onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, após ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos de prisão por suposta tentativa de golpe.

Essa é a primeira vez que os dois se encontram desde a decisão do STF.

A visita acontece em um período de silêncio por parte de Tarcísio, que tem evitado temas nacionais e concentrado sua agenda no interior paulista.

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Até o início de setembro de 2025, o governador participava de eventos com empresários, fazia discursos em tom nacional e ensaiava falas com viés de campanha.

Ele chegou a elevar o tom contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, chamando-o de “tirano”.

Tarcísio também se destacou ao articular nos bastidores uma proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

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No entanto, essa guinada mais dura gerou desgaste.

Ministros do STF reagiram mal às críticas, e líderes políticos passaram a ver em Tarcísio um perfil mais radical.

A opinião pública também mostrou sinais de desconforto.

Nos bastidores, o governador confidenciou a aliados que perdeu o entusiasmo com uma possível candidatura ao Planalto em 2026.

De acordo com o Revista Oeste, a visita a Bolsonaro estava prevista para o dia 15 de setembro de 2025, mas foi cancelada após Moraes limitar as autorizações de acesso ao ex-presidente.

O tribunal só autorizou o encontro para esta segunda-feira, 29 de setembro de 2025.

“Eu vou visitar um amigo e prestar solidariedade a ele”, disse Tarcísio. “É uma coisa que eu vou fazer sempre, porque tenho preocupação e consideração com uma pessoa que sempre foi muito importante para mim.”

Tarcísio passou a evitar especulações e voltou a priorizar entregas e agendas em cidades do Estado de São Paulo.

Ele esteve em Campinas, Guarulhos, Embu das Artes, Presidente Prudente, Iepê e Taquarituba.

Passou também a falar diretamente com prefeitos e deputados estaduais.

A “desnacionalização” de sua agenda ainda tem como pano de fundo o impacto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Prerrogativas, que tentava limitar poderes do Judiciário.

Aliados mais próximos ainda veem potencial em uma candidatura presidencial.

Contudo, por ora, o governador aposta na gestão local e tenta preservar sua imagem de gestor técnico.

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