Em uma reunião histórica na Casa Branca na semana passada, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, mediou um encontro entre os líderes da Armênia e do Azerbaijão, que marcou o fim de meses de negociações intensas. A importância deste encontro passou despercebida por muitos, mas ele foi crucial para evitar um conflito em grande escala na região do Cáucaso Sul.
De acordo com o Daily Wire, semanas antes da intervenção do presidente Trump e sua equipe no início deste ano, uma invasão total da província mais ao sul da Armênia, Syunik, parecia iminente. Dr. Nerses Kopalyan, professor de ciência política armênio-americano da Universidade de Nevada, Las Vegas, que informalmente aconselhou e apoiou as negociações entre a administração Trump e a Armênia, destacou a gravidade da situação. Ele falou sobre o acordo que foi assinado na última sexta-feira, 9 de agosto de 2025.
Em março de 2025, funcionários da administração Trump foram informados por inteligência dos EUA de que o Azerbaijão estava planejando uma grande ofensiva contra a Armênia. Isso reacenderia as hostilidades dois anos após a campanha de limpeza étnica do Azerbaijão, que deslocou milhares de armênios de sua terra natal ancestral em Nagorno-Karabakh. A avaliação da inteligência americana levou a uma ação imediata da administração Trump. No final daquele mês, o enviado especial do presidente, Steve Witkoff, iniciou negociações com o Azerbaijão para evitar outro conflito armado.
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A administração Trump enfrentou um desafio complexo no início das negociações em março e abril de 2025. A Armênia e o Azerbaijão têm estado em conflito intermitente por 35 anos, com o Azerbaijão recentemente assumindo o controle total de Nagorno-Karabakh, uma grande área de terra dentro do Azerbaijão habitada por armênios por séculos. Em 2020, o conflito em Nagorno-Karabakh resultou em milhares de vítimas antes de um cessar-fogo ser acordado. Quase três anos depois, em setembro de 2023, o Azerbaijão lançou uma ofensiva total em Nagorno-Karabakh, forçando os armênios a fugir da região.
Nos últimos cinco anos, o Azerbaijão ameaçou invadir a soberania da Armênia, pressionando por sua própria rota comercial, chamada Corredor de Zangezur, que cortaria a Armênia e conectaria o Azerbaijão ao seu enclave sem litoral, Nakhchivan. Com o Azerbaijão possivelmente focando no sul da Armênia e arriscando o surto de outra guerra, a administração Trump teve que agir rapidamente.
A Casa Branca apresentou uma “solução única” para levar os dois inimigos a um acordo. A proposta, chamada Rota Trump para Paz e Prosperidade Internacional (TRIPP), foi apresentada como uma solução inovadora que deveria ser aceita por ambos os lados. Sob a proposta TRIPP, a Armênia e os Estados Unidos construiriam uma importante rota comercial através de Syunik, que o Azerbaijão poderia usar livremente para obter melhor acesso a Nakhchivan. A presença dos Estados Unidos aliviaria as preocupações da Armênia e mitigaria as do Azerbaijão, eliminando a premissa do Corredor de Zangezur como motivo para um ataque.