O governo dos EUA, sob a administração de Donald Trump, decidiu boicotar uma cúpula de alto nível sobre a questão do Estado Palestino, co-patrocinada pela França e Arábia Saudita, que estava programada para ocorrer na sede das Nações Unidas em Nova York na segunda-feira, 28 de julho de 2025.
Originalmente, o evento estava previsto para junho, com a presença do presidente da França, Emmanuel Macron, mas foi adiado devido à guerra de 12 dias entre Israel e Irã, que ocorreu no início de 2025. Representantes de mais de 50 nações deveriam falar na Conferência Internacional de Alto Nível para o Acordo Pacífico da Questão da Palestina, com dezenas de outros países listados como participantes.
PUBLICIDADE
De acordo com o Fox News, um cabo diplomático dos EUA, divulgado no mês passado pela Reuters, instou os governos a não participarem do evento da ONU, descrito como “contraproducente” por Washington, que o considera um obstáculo aos esforços para encerrar a guerra em Gaza.
Anne Bayefsky, presidente da Human Rights Voices e diretora do Instituto Touro sobre Direitos Humanos e o Holocausto, afirmou ao Fox News Digital que “o fato de os franceses e os sauditas não poderem ser dissuadidos de fabricar este último obstáculo à paz é uma afronta ao presidente Trump”.
Na quinta-feira, o presidente da França, Emmanuel Macron, usou a plataforma X para anunciar o reconhecimento formal da França do Estado Palestino na Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro. Trump imediatamente rejeitou o movimento, afirmando que a declaração de Macron “não tem importância”.
PUBLICIDADE
Prominentes republicanos, incluindo o senador Marco Rubio, também criticaram a decisão de Macron. O embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, zombou da decisão de Paris em uma série de postagens nas redes sociais, sugerindo que, se Macron pode simplesmente “declarar” a existência de um estado, talvez o Reino Unido possa “declarar” a França como uma colônia britânica.
Em uma entrevista ao La Tribune Dimanche no domingo, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, afirmou que “a perspectiva de um Estado Palestino nunca esteve tão ameaçada—nem tão necessária”. Ele destacou que a ameaça vem da destruição da Faixa de Gaza, da expansão desenfreada dos assentamentos israelenses na Cisjordânia, que minam a ideia de continuidade territorial, e da resignação da comunidade internacional. Barrot também enfatizou a necessidade de um Estado Palestino, argumentando que esperar alcançar um cessar-fogo duradouro, a libertação de reféns mantidos pelo Hamas e sua rendição sem antes delinear um horizonte político é uma ilusão.
A decisão de Macron de reconhecer um Estado Palestino foi tomada após o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou claro, segundo Bayefsky, que um Estado Palestino armado significaria mais guerra, não paz. Ela criticou a conferência da ONU, afirmando que “esta última conferência da ONU incorpora a cultura do rejeicionismo: impor um Estado Palestino a Israel, sem negociações, e sem a aceitação palestina do Estado Judaico. Ela apropria-se arrogantemente do direito de decidir a posse de terras e o que é legal e ilegal”.
Bayefsky também questionou o financiamento da ONU pelos contribuintes americanos, afirmando que “os contribuintes americanos estão pagando um quarto dos custos desta monstruosidade da ONU, belicistas disfarçados de pacifistas. Por que ainda estamos pagando as contas da ONU?









