A administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionou o Tribunal Penal Internacional (TPI) a revisar sua carta fundadora para garantir que o tribunal não possa investigar o presidente ou altos funcionários americanos, conforme relatos divulgados em 10 de dezembro de 2025.
Um oficial dos EUA afirmou que Washington pode ampliar sua campanha de sanções contra o tribunal se as demandas não forem atendidas.
O oficial informou que os Estados Unidos pediram ao TPI para abandonar suas investigações sobre líderes israelenses relacionadas à guerra em Gaza e para encerrar formalmente o arquivo de longa data sobre o Afeganistão, que envolve pessoal americano.
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Caso isso não ocorra, a fonte indicou que medidas punitivas adicionais poderiam ser direcionadas a mais figuras do TPI e possivelmente à instituição como um todo.
Sancionar o tribunal em si representaria uma escalada significativa no confronto dos EUA com o TPI, que tem enfrentado críticas bipartidárias em Washington.
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Os Estados Unidos não são parte do Estatuto de Roma, que criou o tribunal em 2002.
O oficial americano, que falou de forma anônima, disse que a administração transmitiu sua posição aos Estados membros do TPI, incluindo vários aliados americanos, e diretamente ao tribunal.
A demanda e a ameaça de sanções renovadas não haviam sido divulgadas anteriormente.
De acordo com o Israel National News, juízes do TPI emitiram mandados no ano passado para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-chefe de defesa Yoav Gallant e o falecido líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes ligados ao conflito em Gaza.
O tribunal também iniciou uma investigação sobre o Afeganistão em 2020, que incluía escrutínio sobre forças dos EUA, embora mais tarde tenha reduzido o foco sem encerrar formalmente a apuração.
No início deste ano, Washington impôs sanções a nove funcionários do TPI, mas até agora evitou medidas que impeçam diretamente as operações do tribunal.
Oficiais dos EUA temem que o tribunal possa revisitar ações americanas após o término do mandato de Trump em 2029.
“Há uma preocupação crescente… de que em 2029 o TPI volte sua atenção para o presidente, para o vice-presidente, para o secretário de guerra e outros”, disse o oficial, acrescentando que a administração não permitiria tais procedimentos.
O TPI observou que emendas ao Estatuto de Roma estão sob autoridade de seus Estados membros e se recusou a comentar se Washington buscou disposições de imunidade.
Qualquer mudança no tratado exigiria aprovação de dois terços dos Estados Partes, e revisões mais fundamentais à jurisdição demandariam um consenso ainda mais amplo.
Os EUA também lançaram uma campanha letal contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas nas regiões do Caribe e do Pacífico desde setembro.
Membros do Congresso pediram inquéritos sobre relatos de que forças dos EUA mataram dois sobreviventes de um desses ataques.
A Casa Branca mantém que a ação foi legal.
A administração não informou se preocupações com essa operação ou ações na Venezuela influenciaram a pressão sobre o TPI.
O oficial se recusou a especificar quando Washington começou a comunicar suas demandas ao tribunal e seus membros.
Promotores adjuntos do TPI informaram que não receberam pedidos para investigar conduta dos EUA na Venezuela.
Qualquer esforço para codificar imunidade para indivíduos específicos exigiria aprovação da Assembleia dos Estados Partes e poderia ser visto como um desafio aos princípios centrais nos quais o tribunal foi estabelecido.









