The White House/ Wikimedia Commons

A rede social X, comprada por Elon Musk, pode introduzir cartões de débito e crédito com sua marca ainda em 2025, conforme anunciou a CEO Linda Yaccarino em entrevista ao Financial Times na quinta-feira, 19 de junho de 2025. A iniciativa faz parte da visão de Musk de transformar o X em uma superplataforma, inspirada no modelo do WeChat chinês, que integra mensagens, pagamentos e comércio em um único ambiente.

Yaccarino destacou que os usuários poderão, em breve, realizar transações financeiras diretamente no X, como pagar amigos ou fazer investimentos. “O X será um espaço onde você gerencia toda a sua vida financeira, desde dividir o custo de uma pizza até realizar transações ou investimentos”, afirmou. O primeiro passo será o lançamento do X Money, uma carteira digital para pagamentos entre usuários, com estreia prevista para 2025 nos EUA, em parceria com a Visa. A ferramenta permitirá armazenar valores, comprar produtos e oferecer gorjetas a criadores de conteúdo, criando “um ecossistema completo de comércio e finanças”, segundo a executiva.

A expansão para serviços financeiros, porém, enfrenta desafios regulatórios, incluindo a obtenção de licenças e o cumprimento de normas contra lavagem de dinheiro. Desde que Musk adquiriu o X por US$ 44 bilhões em 2022, a plataforma tem enfrentado dificuldades financeiras, agravadas pela saída de grandes anunciantes, preocupados com a moderação de conteúdo e as declarações públicas de Musk. A relação com o setor publicitário segue tensa. Yaccarino refutou alegações do Wall Street Journal de que o X teria ameaçado marcas como Verizon e Ralph Lauren com ações judiciais para forçar a compra de anúncios, classificando as informações como “boatos de fontes anônimas”.

O X moveu uma ação antitruste nos EUA contra a Global Alliance for Responsible Media, acusando-a de coordenar um “boicote ilegal” sob o pretexto de segurança online. Algumas empresas, como a Unilever, foram retiradas do processo após retomarem anúncios na plataforma em outubro de 2024. Yaccarino afirmou que 96% dos anunciantes ativos antes da aquisição retornaram e que o X está próximo de recuperar os níveis de receita publicitária de 2022, quando atingiu US$ 4,1 bilhões globalmente. Contudo, a consultoria Emarketer projeta US$ 2,3 bilhões em 2025, contra US$ 1,9 bilhão em 2024, indicando que a meta pode ser desafiadora. Alguns anunciantes relataram ao Financial Times pressões para investir na plataforma, incluindo ameaças de processos judiciais, e expressaram receio devido à proximidade de Musk com o presidente Donald Trump.

Yaccarino também revelou que a recente aquisição do X pela xAI, empresa de Musk, por US$ 45 bilhões, permitirá avanços em inteligência artificial, com o dobro de engenheiros trabalhando na plataforma. Isso deve aprimorar a entrega de anúncios em tempo real e com maior precisão, fortalecendo a estratégia de crescimento do X, conforme a Revista Oeste.

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