A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) iniciou uma greve de fome e está com a saúde debilitada, conforme afirmou seu advogado, Fábio Pagnozzi. A parlamentar está detida na Itália desde 29 de julho, devido a um mandado de prisão emitido pela Interpol a pedido do governo brasileiro e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na última quarta-feira, 13 de agosto de 2025, Zambelli passou mal antes de uma audiência no Tribunal de Apelação de Roma. Segundo o advogado, ela desmaiou e sofreu uma queda, batendo a cabeça. O incidente forçou as autoridades a adiar a sessão judicial para o dia 27 de agosto.
De acordo com o Revista Oeste, a defesa de Zambelli informou que a deputada sofre de fibromialgia e depressão, condições que se agravaram com a greve de fome iniciada durante sua prisão. Em entrevista à Jovem Pan, Pagnozzi declarou: “Ela se sentiu muito fraca. Acabou fazendo greve de fome, então estava muito debilitada”.
Sobre a audiência cancelada, o advogado mencionou que um representante escolhido pelo governo brasileiro, um advogado, participaria da sessão para discutir a extradição de Zambelli para o Brasil.
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Nas redes sociais, Pagnozzi afirmou que a deputada e seus familiares estão sendo alvo de uma perseguição covarde, desumana e incompatível com os princípios da Constituição Federal. Ele escreveu: “O que se observa é um ataque sistemático, movido por motivações ideológicas, que afronta diretamente os direitos e garantias fundamentais assegurados a todo cidadão brasileiro. Essa conduta fere de morte o Estado Democrático de Direito e compromete a credibilidade das instituições que deveriam zelar pela imparcialidade e justiça”.
Carla Zambelli está presa desde 29 de julho de 2025, após ser condenada no Brasil a dez anos de prisão por falsidade ideológica e invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O pedido de extradição brasileiro começou a ser avaliado em uma audiência realizada em 1º de agosto de 2025, quando Zambelli alegou perseguição política e manifestou interesse em um novo julgamento na Itália, onde também possui cidadania.
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O processo de extradição está sob a responsabilidade do juiz italiano Aldo Morgigni. A defesa pretende apresentar o quadro clínico de Zambelli para tentar converter a prisão em domiciliar ou obter liberdade. Apesar de o tratado bilateral permitir a extradição, integrantes do Judiciário avaliam que o procedimento pode durar entre um ano e meio e dois anos.