O enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, mencionou um componente-chave do acordo nuclear com o Irã de 2015, assinado durante a administração Obama, como ponto de referência para as atuais negociações com Teerã. Em comentários que indicam que os EUA pretendem limitar, em vez de desmantelar, o programa nuclear iraniano, Witkoff destacou a importância de restringir o enriquecimento de urânio.
O acordo, abandonado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em 2018 e frequentemente criticado por ele, proibia o Irã de enriquecer seu urânio além de 3,67%, como parte de um quadro destinado a impedir que a República Islâmica obtivesse uma arma nuclear.
Quando o presidente fala, ele quer dizer: o Irã não pode ter uma bomba”, disse Witkoff em entrevista à Fox News na segunda-feira. Ele explicou que a “conversa” em andamento com o Irã se concentraria no enriquecimento e na militarização, com a necessidade de verificar quaisquer compromissos acordados.
O Irã não precisa enriquecer além de 3,67%. Em algumas circunstâncias, eles estão a 60%, em outras, a 20%. Isso não pode ser”, afirmou. “Você não precisa operar — como eles alegam — um programa nuclear civil enriquecendo além de 3,67%.
Enriquecer urânio de 60% para os 90% necessários para uma arma é um passo técnico relativamente curto.
Os comentários indicaram que os EUA buscam limitar o enriquecimento de urânio do Irã, em vez de desmantelar completamente seu programa nuclear, como exigido por Israel, que vê um Irã armado nuclearmente como uma ameaça existencial.
Uma primeira rodada de negociações sobre o programa nuclear iraniano, que avança rapidamente, ocorreu no fim de semana passado em Omã. Essas foram as negociações de mais alto nível entre Irã e EUA desde o colapso do acordo nuclear de 2015 e incluíram uma conversa entre Witkoff e o Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi.