O Inquérito das Fake News, iniciado em 14 de março de 2019 e prorrogado até junho de 2025, tornou-se um mecanismo de proteção do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo. Apelidado de “inquérito do fim do mundo” por sua amplitude, a investigação, conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, não tem prazo definido para encerramento, funcionando como um “botão de segurança” da Corte.
Aberto por determinação do então presidente do STF, Dias Toffoli, o inquérito visa combater notícias falsas, ofensas e ameaças contra a Corte. Três ministros, sob anonimato, confessaram ao Estadão que a investigação é essencial para proteger o tribunal, argumentando que “os ataques ao STF persistem, as fake news continuam, e a democracia exige defesa constante”. Moraes, que também relata a ação penal contra Jair Bolsonaro e outros acusados de tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023, reforça que o inquérito é necessário para enfrentar “mentiras das milícias digitais” ligadas ao chamado “gabinete do ódio”.
No entanto, a continuidade do inquérito enfrenta críticas. Em Brasília, alguns que apoiaram sua abertura em 2019 consideram que a crise inicial já foi superada, com Bolsonaro denunciado e o general Braga Netto, ex-chefe da Casa Civil, preso. O STF também é acusado de ativismo judicial e de alinhamento político com o Palácio do Planalto. No Congresso, aliados de Bolsonaro pressionam os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para negociar o fim do inquérito. Alcolumbre apresentou uma minuta a senadores como Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Sergio Moro (União Brasil-PR) e Alessandro Vieira (MDB-SE), que inclui propostas para aliviar punições aos envolvidos no 8 de janeiro, como progressão rápida para o regime semiaberto ou prisão domiciliar, exceto para líderes e financiadores, de acordo com a Revista Oeste.
Ministros do STF, segundo o Estadão, rejeitam a ideia de anistia aos “golpistas”, mas, se aprovado, o projeto pode beneficiar muitos condenados. O jornal destaca que a Corte enfrenta pressões políticas e um “cerco” no Congresso, enquanto Moraes insiste que o Brasil sofreu uma tentativa de golpe que não pode ser minimizada.