O Ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, anunciou as prisões em uma transmissão pela televisão estatal. Entre os detidos estão dois espanhóis e um tcheco, acusados de participarem de uma conspiração liderada pelos Estados Unidos para assassinar Maduro e outros membros do governo venezuelano, de acordo com a Politico Europe.
“Esses grupos buscam tomar as riquezas do país, e nós, como governo, responderemos firmemente a qualquer tentativa de desestabilização,” disse Cabello, conforme relatado pela Reuters. O ministro também afirmou que as autoridades confiscaram centenas de rifles provenientes dos Estados Unidos.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA confirmou que um militar norte-americano foi detido na Venezuela e relatou que outros dois cidadãos dos EUA também estavam presos. No entanto, o Departamento de Estado negou qualquer envolvimento em uma conspiração para assassinar o governo venezuelano.
“Qualquer alegação de envolvimento dos EUA em um complô para derrubar Maduro é categoricamente falsa. Os Estados Unidos continuam a apoiar uma solução democrática para a crise política na Venezuela,” disse o porta-voz, segundo a NPR. Ele acrescentou que o governo americano está buscando mais informações e monitorando de perto a situação.
Os Estados Unidos pressionaram Maduro a renunciar após uma controversa eleição realizada em 28 de julho. Resultados divulgados pela campanha da oposição indicavam uma derrota significativa de Maduro, embora o governo venezuelano tenha declarado que esses números eram falsificados.
A Suprema Corte da Venezuela, dominada por aliados de Maduro, declarou-o vencedor das eleições. O governo dos EUA teria considerado oferecer anistia a Maduro e seus principais aliados caso ele cedesse o poder, embora a administração Biden tenha negado esses rumores.
A polêmica em torno da eleição gerou grandes protestos na Venezuela, resultando em uma repressão governamental que, segundo relatos, deixou dezenas de mortos e centenas de feridos.
Na semana passada, os Estados Unidos impuseram sanções a 16 altos funcionários do governo de Maduro, em meio à crescente tensão entre Washington e Caracas.