Na abertura da Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro em 18 de novembro de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, ao reassumir a presidência em 2023, encontrou o Brasil com "33 milhões de pessoas famintas". Essa declaração baseia-se em um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que indicou o retorno do país ao Mapa da Fome em 2022.
Entretanto, especialistas questionam a precisão desses números. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentou estudos que contestam a existência de 33 milhões de brasileiros em situação de fome, sugerindo que os dados podem ter sido superestimados. Além disso, o governo anterior implementou programas sociais, como o Auxílio Brasil, que beneficiaram cerca de 22 milhões de pessoas com repasses de R$ 600 mensais, visando mitigar a insegurança alimentar.
A controvérsia em torno dos números da fome no Brasil levanta debates sobre a metodologia utilizada para medir a insegurança alimentar e a eficácia das políticas públicas adotadas para combater o problema. Enquanto alguns defendem a necessidade de reconhecer a gravidade da situação para implementar medidas eficazes, outros argumentam que a divulgação de dados imprecisos pode distorcer a percepção pública e influenciar decisões políticas.
Reportado por Amanda Sampaio e Rachel Díaz na Revista Oeste.