O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, expressou sua preocupação com o avanço do programa nuclear do Irã, alertando que a oportunidade para uma solução diplomática está "se reduzindo".
Durante uma entrevista na cúpula climática COP29 em Baku, Grossi afirmou que "o governo iraniano deve entender que a situação internacional está se tornando cada vez mais tensa e que as margens de manobra estão se estreitando". Ele enfatizou a importância de "encontrar maneiras de alcançar soluções diplomáticas".
A declaração de Grossi precedeu sua visita a Teerã, onde ele se encontrará com autoridades iranianas para discussões técnicas, buscando garantir que o Irã cumpra o compromisso assumido em março de 2023 de respeitar os parâmetros da AIEA. Ele enfatizou que seu objetivo é aumentar a transparência das atividades nucleares iranianas e discutir a presença de urânio em locais não declarados, relatou a Reuters.
Desde a retirada dos EUA do Acordo Nuclear de 2018, o Irã intensificou suas atividades nucleares, elevando o enriquecimento de urânio para 60%, próximo aos níveis necessários para armas nucleares. Grossi alertou que o programa nuclear iraniano tem operado quase sem controle, especialmente após o Irã suspender seu compromisso com o acordo.
A visita de Grossi ocorre em um momento geopolítico delicado, com o retorno do presidente eleito Donald Trump, que prometeu uma abordagem rigorosa em relação ao Irã. Trump, que em sua primeira presidência chamou o acordo de "péssimo" e retirou os EUA dele, é visto como uma figura que trará mais pressão sobre Teerã.
Apesar das tensões, Grossi afirmou que está preparado para trabalhar com a nova administração de Trump, como fez em sua primeira gestão, enquanto especialistas alertam que o próximo governo precisará explorar outras estratégias de dissuasão nuclear se quiser conter o avanço do programa nuclear iraniano.
Como reportado por Caitlin McFall na Fox News.