O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, insinuou que as Forças de Defesa de Israel (IDF) poderiam atacar os campos de petróleo do Irã caso Teerã concretize a ameaça de lançar mais ataques com mísseis balísticos contra Israel.
"Um novo ataque contra Israel poderia simplesmente paralisar a economia iraniana", afirmou Netanyahu em uma rara declaração em inglês direcionada ao povo iraniano, que também serviu como um aviso direto à República Islâmica, que está considerando um contra-ataque contra Israel.
A administração Biden havia advertido Israel antes do ataque de outubro para não aumentar as tensões, recomendando que Israel evitasse atingir os campos de petróleo ou as instalações nucleares iranianas. Entretanto, acredita-se que o presidente eleito Donald Trump não se oporia a tal medida. Netanyahu já conversou com Trump três vezes desde a vitória do republicano.
"Estamos alinhados sobre o Irã", declarou Netanyahu em comentários recentes sobre suas conversas com Trump. Na terça-feira, ele reiterou que um ataque iraniano contra Israel "custaria ao Irã muitos bilhões de dólares". A devastação econômica mencionada estaria alinhada ao impacto que um ataque aos campos de petróleo iranianos poderia causar.
A declaração de Netanyahu foi emitida pouco antes da reunião do presidente de Israel, Isaac Herzog, com o presidente dos EUA, Joe Biden, na Casa Branca, em sua terceira visita desde 2022. Herzog ressaltou a importância de um acordo para garantir a libertação dos 101 reféns ainda em Gaza, associando essa necessidade à guerra de Israel contra o Irã.
Herzog destacou: "Tudo começa em Teerã. Eles e seus aliados fazem o que podem para desestabilizar a paz, ameaçando a existência de Israel e buscando armas nucleares."
No mesmo contexto, o ministro das Relações Estratégicas de Israel, Ron Dermer, está em Washington discutindo um possível acordo entre Israel e o Hezbollah ao longo da fronteira norte de Israel. Dermer e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, trataram do tema na segunda-feira. Após a reunião de Herzog na Casa Branca, o presidente israelense sugeriu que em breve pode haver avanços nas negociações.
No entanto, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, deixou claro em um comunicado no X que "não haverá cessar-fogo no Líbano nem trégua. Continuaremos a atacar o Hezbollah com toda a força até que os objetivos da guerra sejam alcançados."
Katz afirmou que Israel não aceitará nenhum acordo que não garanta seu direito de impedir e combater o terrorismo de forma independente, além de alcançar os objetivos da guerra no Líbano: desarmar o Hezbollah, afastar suas forças além do rio Litani e assegurar o retorno seguro dos residentes do norte de Israel às suas casas.
Como reportado por Tovah Lazaroff no The Jerusalem Post.
