POLÍTICA

Presidente Do Panamá Rejeita Declaração De Trump Sobre Retomada Do Canal Do Panamá

Jan 21, 2025
thefarol.com
Handydannydan/Wikimedia Commons

Logo após a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, o presidente do Panamá, Jose Mulino, emitiu um comunicado rejeitando categoricamente as declarações de Trump sobre a retomada do controle do Canal do Panamá pelos EUA. O discurso de Trump, feito durante sua cerimônia de posse, incluiu críticas ao tratado que transferiu a soberania do canal para o Panamá em 1999 e prometeu reverter a decisão.

Em seu discurso, Trump mencionou a renomeação de pontos históricos, como a montanha Denali, que ele sugeriu renomear como Mount McKinley, em homenagem ao 25º presidente dos EUA, William McKinley. Trump exaltou McKinley como um presidente que enriqueceu o país e financiou grandes projetos, incluindo o Canal do Panamá.

O ex-presidente criticou a transferência do canal para o Panamá, classificando-a como um "presente tolo" e alegando que os termos do tratado foram violados. "Os Estados Unidos gastaram mais dinheiro nesse projeto do que em qualquer outro, além de perder 38 mil vidas na construção do canal," disse Trump. Ele também mencionou que navios americanos, incluindo da Marinha dos EUA, estariam sendo cobrados injustamente, enquanto criticava a influência crescente da China sobre o canal. Trump concluiu: "Estamos tomando de volta."

Jose Mulino, em um comunicado oficial, refutou as alegações de Trump. “Em nome da República do Panamá e de seu povo, rejeito na íntegra as palavras do presidente Donald Trump sobre o Canal do Panamá em seu discurso de posse,” afirmou Mulino. Ele destacou que o canal é propriedade soberana do Panamá e sua administração permanece sob controle panamenho com respeito à neutralidade permanente.

“O canal não foi uma concessão de ninguém. Foi o resultado de lutas de gerações que culminaram em 1999, graças ao tratado Torrijos-Carter,” afirmou Mulino, referindo-se ao tratado assinado em 1977 entre os presidentes Jimmy Carter e Omar Torrijos, que formalizou a transferência do controle para o Panamá.

O tratado, assinado em setembro de 1977 e ratificado pelo Senado americano em 1978, garantiu ao Panamá o controle do canal, que foi transferido oficialmente em 31 de dezembro de 1999. Desde então, o canal tem sido administrado e ampliado pelo governo panamenho para atender ao comércio mundial, incluindo os Estados Unidos.

Mulino ressaltou o sucesso da administração panamenha do canal nos últimos 25 anos. “Gerenciamos e expandimos o canal de forma responsável para servir ao mundo e seu comércio. Isso inclui os Estados Unidos. Exercemos nosso direito com base no tratado, no direito internacional e na dignidade que distingue o povo panamenho,” concluiu.

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