Pela primeira vez em quase meio século, as Forças de Defesa de Israel (IDF) assumiram posições em uma zona de buffer entre Israel e a Síria, após o colapso do regime de Bashar al-Assad para rebeldes terroristas apoiados pela Turquia.
De acordo com o The Times of Israel, o movimento de Israel para ocupar posições ao redor das Colinas de Golã tem como objetivo monitorar os desdobramentos do caos na Síria. Os rebeldes, liderados pelo grupo terrorista Hay’at Tahrir al-Sham (HTS), reconhecido como organização terrorista pelos Estados Unidos desde 2018, derrubaram o regime de Assad em menos de duas semanas em uma ofensiva surpreendente.
Em um comunicado oficial, a IDF explicou a razão por trás da decisão:
"As IDF destacaram tropas na zona de buffer e em várias áreas necessárias para defesa, com o objetivo de garantir a segurança das comunidades nas Colinas de Golã e dos cidadãos de Israel."
O exército destacou que a ocupação da região é temporária e de caráter defensivo, considerando o caos instaurado na Síria.
Essa é a primeira vez desde 1974 que Israel mantém posições na zona administrada pela ONU, embora tenha realizado incursões temporárias ao longo dos anos. A decisão também atendeu a um pedido das Nações Unidas para repelir ataques rebeldes na área.
Relatórios indicam que Israel realizou ataques aéreos na Síria durante a tomada de Damasco pelos rebeldes liderados pelo HTS. Segundo a Reuters, os alvos incluíram depósitos de armas e munições, bem como outros ativos militares abandonados pelo exército de Assad, em uma tentativa de evitar que caíssem nas mãos de terroristas.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, comentou publicamente sobre o colapso do regime de Assad em um discurso no domingo, destacando tanto as oportunidades quanto os riscos resultantes do cenário caótico.
"Este é um dia histórico para o Oriente Médio. O colapso do regime de Assad, a tirania em Damasco, oferece grandes oportunidades, mas também está repleto de perigos significativos," afirmou Netanyahu, conforme reportado pela Fox News.
Ele atribuiu a queda de Assad às ações enérgicas de Israel contra o Irã e sua rede de terror, especialmente o Hezbollah, principais apoiadores do regime sírio.
"Este colapso é o resultado direto de nossa ação vigorosa contra o Hezbollah e o Irã, os principais apoiadores de Assad. Isso desencadeou uma reação em cadeia de todos aqueles que desejam se libertar dessa tirania e opressão," declarou o primeiro-ministro.
No entanto, Netanyahu alertou para novos desafios, incluindo o colapso do Acordo de Separação de Forças de 1974 entre Israel e Síria, que estava em vigor há 50 anos.
"Ontem à noite, esse acordo colapsou. O exército sírio abandonou suas posições. Ordenamos ao exército israelense que assumisse essas posições para garantir que nenhuma força hostil se instale próximo à fronteira de Israel. Esta é uma posição temporária de defesa até que um arranjo adequado seja estabelecido," concluiu Netanyahu.
Reportado por Tim Pearce no DailyWire.