O YouTube anunciou na sexta-feira uma nova política que proíbe a monetização de vídeos que ensinam a criar ou promover conteúdo pornográfico gerado por inteligência artificial (IA). Essa decisão surge em resposta às crescentes preocupações de legisladores e do público em geral sobre os riscos associados à disseminação de pornografia gerada por IA.
A plataforma atualizou suas diretrizes para anunciantes, esclarecendo que vídeos que promovem a criação ou distribuição de conteúdo sexualmente explícito, manipulado digitalmente ou gerado artificialmente, não são adequados para receber receitas publicitárias. Isso inclui vídeos que:
- Oferecem instruções para criar ou distribuir conteúdo sintético sexualmente explícito ou com nudez.
- Promovem serviços de deepfake relacionados à pornografia, como comparações ou endossos desses serviços.
Essa política também abrange tutoriais sobre como criar contas de OnlyFans utilizando IA. Segundo a ferramenta de análise vidIQ, a busca por “negócio de OnlyFans com IA” gera, em média, 800 mil visualizações por vídeo, com alguns alcançando mais de 5,1 milhões de visualizações. Muitos desses canais possuem em média 700 mil inscritos.
Entre os vídeos ainda disponíveis na plataforma estão títulos como:
- "$30k+ com Modelos de OnlyFans por IA | Isso é Legal? (como criar modelos de OnlyFans com IA e evitar a prisão)"
- "$5 Milhões por Mês com Hustle Side usando SORA no OnlyFans!"
- "Influenciadores de IA estão ficando absurdamente ricos... vamos construir um"
Além disso, o YouTube atualizou sua definição de deepfakes, descrevendo-os como “mídias sintéticas manipuladas digitalmente para substituir de forma convincente a aparência de uma pessoa pela de outra”. A empresa enfatizou que não permitirá anúncios em conteúdos que promovam serviços de criação de deepfakes sexualmente explícitos.
Um porta-voz do YouTube afirmou ao The Daily Wire que boa parte desse conteúdo já era proibida sob as Diretrizes da Comunidade, mas as novas medidas visam fortalecer a proibição ao detalhar o que é permitido em relação à monetização.
A decisão do YouTube reflete um cenário de crescente preocupação global sobre os perigos potenciais da IA. Este ano, o senador Americano Ted Cruz (R-TX) introduziu um projeto de lei para criminalizar a publicação de deepfakes pornográficos gerados por IA sem consentimento. Muitos estados dos EUA também já avançaram com leis para banir imagens de abuso sexual infantil criadas por IA.
Reportado por Leif Le Mahieu no DailyWire.