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Forças Rebeldes Tomam A Cidade De Hama, Segunda Grande Conquista Na Guerra Civil Síria

Dec 6, 2024
thefarol.com
Kinene Hindevi/Anadolu via Getty Images

As forças rebeldes capturaram na última quinta-feira (7) a cidade de Hama, a quarta maior da Síria, marcando a segunda grande conquista dos insurgentes desde a intensificação do conflito civil na semana passada.

O grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que lidera a coalizão rebelde, confirmou o controle da cidade. A vitória acontece dias após o grupo conquistar Aleppo em um ataque surpresa, reabrindo feridas do conflito sírio que parecia ter arrefecido. Representantes do HTS e do regime de Bashar al-Assad confirmaram a queda de Hama.

De acordo com Hassan Abdul-Ghani, comandante rebelde, os militantes do HTS "entraram na Prisão Central de Hama e libertaram centenas de indivíduos injustamente presos." O Ministério da Defesa da Síria declarou que as forças do regime se retiraram da cidade para proteger os civis e evitar combates urbanos, deslocando-se para áreas próximas.

A captura de Hama, que nunca antes havia sido tomada pelos rebeldes, é considerada um marco estratégico no conflito. A cidade possui recursos militares significativos e está localizada a apenas 50 km de Homs, outra posição crucial no centro do país. Especialistas apontam que a perda de Hama enfraquece significativamente o regime de Assad, que já enfrenta pressões intensas no front militar.

O HTS, conhecido formalmente como Organização para a Libertação do Levante, surgiu como uma ramificação do grupo terrorista Jabhat al-Nusra, anteriormente afiliado à Al-Qaeda. Desde 2018, o HTS é classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos. Apesar disso, o grupo tem recebido apoio estratégico da Turquia em sua luta contra o regime de Assad, que conta com suporte de Rússia, Irã e da rede terrorista iraniana.

A complexidade do cenário sírio tem mantido os Estados Unidos fora do apoio direto a qualquer lado da guerra. Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional dos EUA, destacou a natureza problemática de ambas as partes no conflito. “O grupo à frente desse avanço rebelde, o HTS, é uma organização terrorista designada pelos Estados Unidos, e temos sérias preocupações com seus objetivos. Ao mesmo tempo, não lamentamos que o regime de Assad, apoiado por Rússia, Irã e Hezbollah, esteja enfrentando pressões,” afirmou Sullivan.

Israel, por sua vez, segue uma abordagem pragmática, preferindo que ambas as partes se enfraqueçam mutuamente, reduzindo as ameaças ao Estado judeu. "Está claro para nós que, de um lado, temos jihadistas salafistas e, do outro, Irã e Hezbollah. Queremos que ambos se desgastem," afirmou um oficial israelense ao The Times of Israel.

Com a retomada do conflito em grande escala, a Síria se torna novamente um ponto focal de tensões internacionais. Enquanto isso, as forças rebeldes buscam consolidar suas conquistas, e o regime de Assad enfrenta desafios crescentes para manter o controle territorial. Analistas sugerem que o conflito deve se prolongar, com resultados ainda imprevisíveis para o equilíbrio de poder na região.

Reportado por Tim Pearce no DailyWire.

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