Os Estados Unidos anunciaram sanções contra a República Islâmica do Paquistão devido ao desenvolvimento secreto de mísseis balísticos que, segundo as autoridades norte-americanas, têm como objetivo dissuadir potenciais ações dos EUA. As sanções visam quatro entidades paquistanesas, de acordo com a Ordem Executiva 13382, que se destina a impedir a proliferação de armas de destruição em massa e seus meios de entrega.

“Basta olhar para um mapa e os alcances [dos mísseis]. Acreditamos que isso é fundamentalmente focado em nós,” afirmou o Conselheiro Adjunto de Segurança Nacional dos EUA, Jon Finer, durante um evento na semana passada, conforme relatado pelo The Wall Street Journal.

As sanções refletem preocupações crescentes do governo americano sobre as ambições militares do Paquistão, especialmente no desenvolvimento de mísseis de longo alcance que poderiam, em teoria, atingir o território dos EUA.

O governo paquistanês classificou as sanções como resultado de "medos irracionais" por parte dos EUA e considerou "absurda" a ideia de que o desenvolvimento de mísseis balísticos por Islamabad representaria uma ameaça direta ao território americano.

O The Wall Street Journal destacou que o Paquistão tem ajustado sua estratégia militar nos últimos anos, aproximando-se cada vez mais da China comunista, enquanto os EUA fortalecem laços com a Índia como parte de uma estratégia para conter o avanço da influência chinesa.

“Nesse cenário, os radicais e militaristas do Paquistão acreditam que precisam pensar além do presente e do futuro imediato,” explicou Husain Haqqani, ex-embaixador do Paquistão nos EUA. “Eles consideram o que pode acontecer em um eventual conflito global, onde a Índia se alinhe aos EUA e o Paquistão seja visto como aliado da China.”

Especialistas em segurança nacional e militares de administrações tanto democratas quanto republicanos têm repetidamente descrito o Paquistão como um dos países mais perigosos do mundo. Os fatores incluem:

• Um grande estoque de armas nucleares;
• Instabilidade política crônica;
• Governança influenciada por islamistas;
• Alinhamento com grupos islâmicos radicais;
• Presença ativa de organizações terroristas dentro de suas fronteiras.

Esses elementos tornam a proliferação de mísseis balísticos paquistaneses ainda mais preocupante para o mundo.