POLÍTICA

Governo Francês Colapsa Após Voto De Desconfiança Contra O Primeiro-Ministro Michel Barnier

Dec 5, 2024
thefarol.com
Alain Jocard/AFP via Getty Images

A Assembleia Nacional da França aprovou, nesta quarta-feira, um voto de desconfiança que efetivamente resultou no colapso do atual governo. A decisão marca um momento de intensa instabilidade política no país.

Com um total de 331 votos a favor, a moção superou os 288 necessários para derrubar o governo. O voto ocorre apenas três meses após Michel Barnier ter sido nomeado primeiro-ministro pelo presidente Emmanuel Macron, em setembro. Barnier, que é líder conservador, agora deverá renunciar, tornando-se o primeiro-ministro com o mandato mais curto da história francesa.

Em um discurso antes da votação, Barnier afirmou:
"Como esta missão pode em breve chegar ao fim, posso dizer que será sempre uma honra ter servido à França e aos franceses com dignidade."

O presidente Emmanuel Macron enfrenta pressões crescentes de ambos os lados do espectro político para renunciar, mas afirmou sua intenção de permanecer no cargo até o final de seu mandato, em 2027. Contudo, com a saída de Barnier, Macron precisará nomear um novo primeiro-ministro pela segunda vez, em um esforço para estabilizar o governo.

A crise foi desencadeada por disputas orçamentárias, levando parlamentares da extrema-direita e da extrema-esquerda a unirem forças contra o atual governo.

As eleições legislativas antecipadas realizadas em julho alteraram significativamente a dinâmica do poder no parlamento, com a coalizão centrista Ensemble perdendo uma série de cadeiras para a coalizão de esquerda Novo Front Popular.

A líder do partido de extrema-direita Reunião Nacional, Marine Le Pen, usou sua conta no X para manifestar disposição em colaborar com o próximo primeiro-ministro.
"Temos sido construtivos desde o início, e continuaremos assim com o próximo primeiro-ministro, que deverá propor um novo orçamento," disse Le Pen. "O que queremos é que os nossos eleitores sejam respeitados e suas demandas, ouvidas."

Le Pen negou que esteja pedindo explicitamente a renúncia de Macron, mas deixou claro que a pressão sobre o presidente pode aumentar:
"Se não seguirmos o caminho do respeito pelos eleitores e pelas eleições, a pressão sobre o presidente da República será cada vez maior. Essa decisão é dele."

O voto de desconfiança sublinha as profundas divisões políticas que têm dificultado a governabilidade da França. Com a saída de Barnier, a escolha do próximo primeiro-ministro será crucial para que Macron reconstrua apoio e evite novas crises no restante de seu mandato.

A oposição, que ganhou força nos últimos meses, promete manter uma postura firme e vigilante, especialmente nas negociações para um novo orçamento. Enquanto isso, a população francesa observa com crescente preocupação o cenário político do país, agora marcado por uma das maiores turbulências institucionais da última década.

Reportado por Andrea Margolis na Fox News.

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