O Irã reafirmou seu compromisso de apoiar o regime do presidente sírio Bashar al-Assad após forças rebeldes tomarem o controle de Aleppo, a segunda cidade mais populosa da Síria, em uma ofensiva surpresa.
O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, viajou a Damasco no domingo para declarar apoio ao governo sírio em meio à renovação do conflito civil, que começou em 2011. Na última semana, rebeldes lançaram ataques e conquistaram amplas áreas do oeste do país.
“Reiteramos nosso firme apoio ao exército e ao governo sírio”, declarou Araghchi antes de embarcar para Damasco, segundo a mídia estatal iraniana. “O exército sírio será novamente vitorioso contra esses grupos terroristas, como no passado.”
Além do suporte do Irã, o regime de Assad recebeu ajuda significativa de Moscou. No fim de semana, aviões de combate russos e sírios bombardearam regiões ocupadas por rebeldes, incluindo partes de Aleppo. Um dos ataques resultou na morte de 12 pessoas em uma área central da cidade, de acordo com o The Guardian.
Os rebeldes são liderados pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), anteriormente conhecido como Jabhat al-Nusra, afiliado à Al-Qaeda. Designado como grupo terrorista pelos Estados Unidos em 2018, o HTS lançou a ofensiva aproveitando a percepção de fragilidade do regime de Assad, com seus aliados, Rússia e Irã, envolvidos em outros conflitos de grande escala.
Emile Hokayem, especialista em segurança no Oriente Médio do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, destacou que a ofensiva rebelde foi impulsionada por uma combinação de geopolítica e oportunidade local. “A rebelião conseguiu se rearmar, reagrupar e se preparar para algo como isso”, afirmou Hokayem ao The Washington Post.
Enquanto a Rússia se concentra na guerra na Ucrânia e o Irã enfrenta perdas significativas em confrontos com Israel, o Hezbollah, aliado crucial de Assad, está severamente enfraquecido. O grupo libanês sofreu perdas devastadoras em ataques israelenses, que praticamente eliminaram sua liderança e destruíram grande parte de seu arsenal.
Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional dos EUA, comentou no domingo à CNN que o impacto da ofensiva rebelde nos interesses dos Estados Unidos na região ainda está sendo avaliado.
“É uma questão complicada, porque o grupo à frente dessa ofensiva, o HTS, é uma organização terrorista designada pelos EUA. Temos sérias preocupações com seus objetivos e intenções”, afirmou Sullivan. “Ao mesmo tempo, não lamentamos que o governo de Assad – apoiado pela Rússia, Irã e Hezbollah – esteja enfrentando pressões. É uma situação complexa, que estamos monitorando de perto e discutindo com nossos parceiros regionais.”
Reportado por Tim Pearce no DailyWire.