Um ataque trágico ocorrido durante um evento natalino em Magdeburgo, na Alemanha, trouxe à tona alertas ignorados por autoridades alemãs sobre o potencial perigo representado pelo suspeito, um médico saudita de 50 anos identificado como Taleb al-Abdulmohsen. O incidente resultou em pelo menos cinco mortes e mais de 40 pessoas gravemente feridas.
Fontes do governo saudita informaram que desde 2007 haviam enviado três alertas à Alemanha sobre o comportamento radical de al-Abdulmohsen, incluindo pedidos de extradição nos anos de 2007 e 2008. Ele teria postado conteúdos extremistas online e foi classificado como uma ameaça à segurança. No entanto, as advertências foram ignoradas pelo governo alemão, gerido por uma coalizão de esquerda na época.
De acordo com Horst Walter Nopens, chefe da Promotoria Pública de Magdeburgo, o suspeito pode ter agido por "insatisfação com o tratamento dado a refugiados sauditas na Alemanha". No ataque, ele dirigiu deliberadamente seu veículo por uma rua lotada de pessoas que participavam de um mercado natalino, causando destruição e deixando dezenas de vítimas.
Relatórios da mídia destacaram que al-Abdulmohsen supostamente publicou online declarações anti-Islã e expressou apoio ao partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), conhecido por sua postura contra imigração. Contudo, especialistas e dissidentes iranianos levantaram dúvidas sobre a autenticidade dessas declarações, sugerindo que o suspeito poderia estar tentando enganar as pessoas sobre suas verdadeiras crenças. Há indícios de que ele seja, na verdade, um extremista islâmico, apesar das mensagens publicadas sugerirem o contrário.
Após o ataque, manifestações realizadas por grupos de direita em Magdeburgo foram dispersadas pela polícia. Publicações alemãs descreveram os manifestantes como "extremistas de direita" e relataram que eles entoaram slogans como: “Quem não ama a Alemanha deve deixar a Alemanha”, “Migração mata” e “Devemos recuperar nossas cidades, nossas vilas e nossa pátria”.
As tensões aumentaram diante da tragédia, revelando divisões profundas sobre imigração, segurança nacional e a abordagem do governo em relação a refugiados.