O grupo Hamas emitiu uma ameaça direta de "neutralizar" os reféns sob sua custódia caso Israel tente realizar outra operação de resgate. A declaração interna, acessada pela Reuters, detalha instruções rigorosas aos operativos do grupo para endurecer as condições de vida dos reféns, com base em ordens emitidas após a operação israelense no campo de Nuseirat, em junho.
No dia 9 de junho, Israel conduziu uma operação no campo de refugiados de Nuseirat, em Gaza, conseguindo resgatar quatro reféns mantidos pelo Hamas desde outubro de 2023. Durante a ação, autoridades palestinas relataram mais de 200 mortes, tornando-a uma das ofensivas mais letais do conflito. Desde então, o Hamas tem endurecido sua postura em relação aos reféns.
De acordo com o comunicado datado de 22 de novembro, o Hamas informou suas facções para não levar em conta possíveis repercussões das instruções e afirmou que responsabiliza Israel pelo destino dos reféns. O documento, circulado pela unidade de inteligência das Brigadas Izz el-Deen al-Qassam, braço militar do Hamas, não especifica quando uma eventual operação israelense seria esperada.
Entre as instruções dadas, o Hamas orientou seus operativos a:
- Apertar as condições de vida dos reféns: Medidas mais severas foram impostas para dificultar a sobrevivência dos capturados.
- Ativar ordens de "neutralização": O grupo ordenou uma resposta imediata e severa caso Israel inicie outra "aventura militar" para resgatar os reféns.
Até o momento, não houve resposta oficial de Israel ao comunicado do Hamas. Entretanto, a mídia israelense citou o ministro da Defesa, Israel Katz, afirmando que a pressão sobre o Hamas está aumentando e que desta vez "realmente avançaremos com um acordo de reféns".
Desde o ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.200 israelenses e no sequestro de mais de 250 pessoas, Israel tem conduzido uma ofensiva massiva em Gaza. De acordo com números do Hamas, mais de 44.500 pessoas foram mortas, e milhares ficaram feridas devido aos bombardeios, que transformaram grande parte do território em escombros.
Reportada pela Reuters na Fox News.
